Norda Stelo conseguiu reconquistar a confiança dos seus colaboradores após anos mais difíceis. (Foto de cortesia)
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ACORDAR DE MANHÃ. Eleita empregadora do ano na categoria grandes empresas durante a edição de 2024 do Mercuriades, Norda Stelo percorreu um longo caminho para restaurar sua imagem nos últimos 10 anos. Feliz com esse reconhecimento, seu CEO, Alex Brisson, não pretende reduzir seus esforços para cuidar de seus 850 colaboradores.
“É quando você pensa que acabou que você começa a ficar confuso”, disse ele em entrevista à Lesaffaires à margem da cerimônia.
Chegando ao cargo num momento em que a empresa de engenharia anteriormente conhecida como Roche estava nas manchetes durante a comissão Charbonneau, o gestor passou por anos difíceis em seus primeiros dias.
Só a partir de 2017, logo após o despedimento de cerca de uma centena de colaboradores, é que a organização conseguiu endireitar o leme e trabalhar arduamente para reconquistar a confiança dos restantes colaboradores. A chave era colocá-los no centro das suas preocupações, diz Alex Brisson.
A Norda Stelo – expressão que significa “estrela norte” em Esperanto – recorreu assim a cerca de cinquenta dos seus trabalhadores representantes de toda a empresa para identificar os valores da empresa para a qual pretendem trabalhar.
Também reviu a sua cultura e governação para torná-las transparentes. Todos os colaboradores têm o contacto do CEO, mantém o principal interessado, para que este os possa reportar caso julguem que a gestão se está a afastar dos valores.
Desde esta fase crucial, “todas as peças do puzzle se encaixaram”.
Nutrindo a confiança na adversidade
Tal como acontece com a infra-estrutura existente que deve actualizar, a Norda Stelo conseguiu, portanto, perpetuar a organização apostando na sua base: os seus colaboradores. “Nosso ativo são os seres humanos. Não temos muito, há mesas, estufas, computadores e cadeiras. O resto é nossa equipe”, resume Alex Brisson.
É dando esperança aos seus colaboradores e mostrando-lhes claramente qual era a visão da organização que a consultoria de engenharia conseguiu reconquistar a confiança deles, após anos tumultuados, julga o patrão.
Hoje, o empregador garante que os seus colaboradores se sintam investidos de uma missão, que encontrem sentido no seu trabalho. “Nos últimos dez anos, desenvolvemos um modelo de negócio que fala com eles, que fala com a comunidade e que responde aos desafios que a sociedade enfrenta diariamente”, afirma Alex Brisson.
A organização não pretende ficar satisfeita com isso. Possui ainda uma “célula técnica” para acompanhar e adotar iniciativas para cuidar de seus trabalhadores. Ela também possui certificações como B Corp e ingressa em serviços como Ecovadis para se desafiar a fazer mais.
“Não estamos a tentar ser a melhor empresa do mundo, estamos a tentar ser a melhor empresa para o nosso mundo”, ilustra o CEO.
Para as organizações que também aspiram a ser o empregador do ano nas próximas Mercuriades, Alex Brisson dá quatro conselhos: “tenha uma visão clara, comunique-se, seja rigoroso e dê tempo ao tempo. Os colonos que desmataram nossas terras trabalharam muitos anos antes de terem terras cultiváveis”, lembra.