Os EUA recentemente negaram o acesso da Huawei aos processadores da Intel para seus produtos e, logo em seguida, um documento vazado da Huawei compartilhado pela mídia chinesa revelou que a empresa tinha um novo plano chamado ‘Batalha Taishan’ para processadores de PC, relata a Agência de Notícias Cailian. No entanto, em um movimento raro, a Huawei negou o relatório e chamou-o de “notícia falsa”. O suposto plano incluía o lançamento dos processadores da série HiSilicon Kirin X da Huawei e a plataforma de suporte ainda este ano, e a negação da Huawei dá algumas pistas sobre os planos reais da empresa.
O relatório foi originalmente divulgado pelo Huawei Pollen Club, afirmando que He Tingbo e Yu Chengdong da Huawei HiSilicon Semiconductor e do Consumer Business Group anunciaram o plano. Essa iniciativa supostamente tinha como objetivo acelerar o desenvolvimento e lançamento de processadores para PC após a revogação das licenças de exportação da Intel, que deixaram a Huawei sem um fornecimento constante de chips para sua linha de PCs.
Funcionários da Huawei negaram categoricamente o relatório, descrevendo-o como infundado. Investigações jornalísticas confirmaram isso, afirmando que múltiplas fontes dentro da empresa não tinham recebido nenhuma comunicação relacionada a processadores de PC.
Por enquanto, a Huawei afirmou que utilizará os processadores já adquiridos para construir seus PCs, o que significa que irá aproveitar o estoque existente. No entanto, alguns dos computadores da Huawei destinados ao mercado doméstico já utilizam processadores da fabricante de chips chinesa Phytium. Além disso, a empresa está trabalhando com a Phytium para unificar a infraestrutura de software e hardware das CPUs Kunpeng e Phytium, ambas nativas da China.
De forma surpreendente, a Huawei negou veementemente que esteja desenvolvendo CPUs de última geração para laptops que concorreriam com Intel ou AMD. No entanto, isso não é tão surpreendente, já que a Huawei tem o costume de não revelar seus fornecedores, nem mesmo seus próprios modelos de chips, para evitar possíveis sanções nos produtos.
Há várias razões para a Huawei desenvolver seus próprios processadores para PC. Isso garantirá que a empresa possa se diferenciar dos outros fabricantes de PCs e reduzir os riscos para a divisão de PCs da Huawei, diante de controles de exportação mais rígidos dos EUA. Em 8 de maio, o governo dos EUA revogou as licenças de exportação das gigantes de semicondutores Intel e Qualcomm, impedindo-as efetivamente de vender para a Huawei. O Departamento de Comércio confirmou a revogação dessas licenças, afetando empresas americanas não divulgadas. A Intel já reduziu sua previsão para o trimestre devido à revogação da licença.
No mês passado, foi relatado que a Huawei estava desenvolvendo um processador Kirin de próxima geração para PCs. Prevê-se que o novo chip para PC contenha oito núcleos Arm – quatro núcleos Taishan V130 de alto desempenho de próxima geração e quatro núcleos de eficiência energética. Ele também possui uma GPU Mailiang 920 significativamente aprimorada com 10 clusters, prometendo uma grande atualização em relação aos Kirin 9000 anteriores. Este chip tem como objetivo competir com o M3 da Apple em desempenho multi-threading e se aproximar dos níveis M2 em gráficos, suportando até 32 GB de memória, o que sugere uma interface de 128 bits. Além disso, a Huawei está considerando expandir sua linha Kirin com versões “Pro” e “Max”, incluindo núcleos adicionais, uma GPU mais poderosa e capacidade de memória expandida.
Apesar de ter uma participação menor no mercado global de PCs em comparação com a Apple, o que poderia indicar que não há motivos econômicos para desenvolver seus próprios processadores, o desenvolvimento de CPUs Kirin de alto desempenho pela Huawei está alinhado com o objetivo da China de alcançar a auto-suficiência em semicondutores. Esses processadores estão prontos para substituir componentes AMD e Intel em PCs utilizados por agências governamentais, aumentando a independência tecnológica nacional.