O que o Papa, Donald Trump e Beyoncé têm em comum? Todos os três perderam seus carrapatos azuis no Twitter na quinta-feira. (Foto: Getty Images)
São Francisco — O que o Papa, Donald Trump e Beyoncé têm em comum? Os três perderam o visto azul no Twitter na quinta-feira, antes uma garantia de credibilidade, quando a plataforma finalmente cumpriu a ameaça de Elon Musk e retirou o crachá daqueles que se recusam a pagar.
A rede social mudava de ritmo rapidamente, pois as contas perdiam essa marca distintiva, obtida no passado após a verificação da identidade do usuário e sujeita a certas condições, entre elas a notoriedade.
O distintivo desapareceu assim dos relatos de personalidades como Justin Bieber, Cristiano Ronaldo, Bill Gates ou Lady Gaga, assim como de muitos jornalistas, professores e ativistas. Até @jack, a conta do co-fundador do Twitter, Jack Dorsey, foi removida.
Do lado político, muitos eleitos também o perderam, mas alguns obtiveram a marca de seleção cinza, reservada para contas do governo ou de certas organizações. É o caso de Kevin McCarthy, chefe dos deputados republicanos.
O selo azul agora sinaliza usuários que pagam oito dólares por mês para ter essa distinção e outras vantagens (mais visibilidade, privilégios técnicos, menos anúncios), como Donald Trump Junior ou o Dalai Lama.
“Sei que vou ser julgado porque tenho o visto azul, mas é uma pena que preciso do botão para editar meus tweets”, twittou Marques Brownlee, um criador de conteúdo seguido por 6 milhões de usuários.
“Twitter verificada”, a conta de subscrição paga do “Twitter Blue”, alertou esta quarta-feira que a rede social retiraria no dia seguinte os distintivos azuis obtidos antes de Elon Musk comprar a empresa no final de outubro e impor a sua visão contrária à do filosofia anterior.
“Para permanecer autenticado no Twitter, os indivíduos podem se inscrever no Twitter Blue aqui”, disse a conta oficial.
A data não foi escolhida ao acaso: 20 de abril, pronunciado 4/20 em inglês é sinônimo de maconha nos Estados Unidos. E o patrão da Tesla e da SpaceX adora piadas sobre este assunto, ao ponto de ter comprado a plataforma a 54,20 dólares a ação.
O multibilionário teve que tentar várias vezes lançar o Twitter Blue, causando cacofonia e confusão. Em novembro, garantiu que queria “dar mais poder ao povo” e abolir “o atual sistema de senhores e camponeses, entre os que têm o carrapato azul e os que não o têm”.
A assinatura deve, segundo ele, permitir combater perfis falsos e contas automatizadas, e também diversificar receitas, enquanto muitos anunciantes fugiram da plataforma.