O governo chinês está tentando acabar com as sanções tecnológicas dos Estados Unidos usando um dos truques mais antigos do livro: jogar dinheiro no problema. De acordo com um relatório de o Correio da Manhã do Sul da Chinacomo coberto por DigiTimeso governo chinês derramou CNY 12,1 bilhões (US$ 1,75 bilhão) em subsídios para cerca de 190 empresas de semicondutores listadas em seu território.
A China tem despejado bilhões de dólares em setores críticos para sua independência tecnológica do mundo ocidental fechado, enquanto tenta alcançar – e depois superar – sua oposição no cenário geopolítico.
Esses US$ 1,75 bilhão podem parecer insignificantes em comparação com pacotes gigantescos como o CHIPS Act dos EUA (uma injeção de US$ 76 bilhões na indústria de semicondutores com fortes proteções para quaisquer benefícios chineses em potencial); a promessa de US$ 47 bilhões da UE; ou mesmo o investimento planejado de 11 bilhões da TSMC em uma fábrica de semicondutores na Alemanha. Mas os subsídios diretos da China para a indústria de semicondutores estão longe de ser a única peça em movimento neste conselho.
Por um lado, este ano a China ultrapassou os EUA no número de trabalhos submetidos à prestigiada Conferência Internacional de Circuitos de Estado Sólido (ISSCC 2023); um passo experimental para encontrar uma maneira de conceder ao país suas próprias capacidades de P&D que permitirão conter possíveis sanções futuras. E essas realizações de pesquisa estão, sem dúvida, ancoradas no investimento da China em educação, que recebeu cerca de US$ 179 bilhões em financiamento apenas para 2022, com algumas universidades recebendo injeções de dinheiro no valor de US$ 5 bilhões.
Outro elemento que isola a China de ser tecnologicamente aprisionado é o fato de que o país é o centro nervoso para a extração, processamento e comércio mundial de metais de terras raras – os componentes que entram nos próprios semicondutores. É provável que haja um ato de equilíbrio acontecendo nesta área todos os dias, já que as sanções (e sua gravidade) devem levar em consideração a possibilidade de a China fechar a torneira (ou pelo menos aumentá-la um pouco) sobre esses componentes indispensáveis.
Portanto, não, US$ 1,75 bilhão é apenas a ponta do proverbial iceberg. A abordagem da China para a independência de semicondutores é multifacetada e já viu muitos múltiplos dos US$ 1,75 bilhão relatados sendo despejados em vários locais. Se isso será ou não suficiente para a China alcançar os EUA, bem, isso ainda não se sabe.