De acordo com um relatório da Bloomberg, a fabricante chinesa de semicondutores Fujian Jinhua Integrated Circuit Co. foi inocentada no julgamento de espionagem econômica iniciado em 2018. Os promotores do Departamento de Justiça dos EUA alegaram que a empresa conspirou para roubar segredos da indústria de memória da empresa americana Micron, junto com a empresa de fabricação taiwanesa UMC. Essa decisão marca um ponto crucial em meio à guerra comercial entre os EUA e a China.
Em 2018, durante a administração Trump, o DOJ acusou Fujian Jinhua e dois engenheiros da UMC de espionagem econômica. A alegação era de que a empresa chinesa conspirou com os engenheiros, ex-funcionários da Micron, para obter o design do chip de memória da empresa americana. Os réus nunca foram a tribunal, uma vez que nem a China nem Taiwan têm tratados de extradição com os EUA.
A UMC enfrentou acusações separadas de espionagem econômica e roubo de segredos comerciais em seu próprio julgamento. O caso terminou em 2020 com um acordo judicial que retirou as acusações de espionagem e exigiu que a empresa taiwanesa pagasse US$ 60 milhões. A UMC colaborou com o DOJ no caso contra a Fujian Jinhua, porém, isso não foi suficiente para garantir a vitória. O acordo civil entre a Micron e Fujian Jinhua indica que a empresa americana não estava interessada em punir a chinesa.
A Micron continua seus investimentos na China, buscando resolver questões pendentes, como a proibição de seus produtos para certas operadoras de infraestrutura de informação crítica e um processo de violação de patente contra a YMTC, maior fabricante de NAND da China.
Caso a Fujian Jinhua fosse considerada culpada, teria enfrentado uma multa de 20 bilhões de dólares. Essa decisão poderia ter impedido a empresa de realizar negócios nos EUA. O veredicto de inocente pode indicar um possível arrefecimento na guerra comercial entre os EUA e a China, mesmo sob a administração Biden.