O governo holandês está trabalhando secretamente em um plano para manter a ASML, o maior fabricante mundial de equipamentos para fabricação de wafer, na Holanda, em meio a temores de que a empresa possa se expandir no exterior, relata O telégrafo. A operação, apelidada de “Beethoven”, visa abordar as preocupações da ASML sobre o clima de negócios holandês, incluindo questões com descontos fiscais para expatriados e regulamentações de migração laboral.
A ASML está supostamente considerando opções de expansão no exterior, uma vez que pretende aumentar drasticamente a sua capacidade de produção nos próximos anos. Em particular, a ASML pretende expandir sua capacidade de fabricação para 600 sistemas de litografia ultravioleta profunda (DUV) por ano até 2025-2026, 90 máquinas litográficas de ultravioleta extremo (EUV) de baixo NA por ano até 2025-2026 e 20 EUV de alto NA ferramentas de litografia por ano até 2027 – 2028. E a ASML está supostamente insatisfeita com o atual clima de negócios holandês.
A importância da empresa vai além da economia e se estende à importância estratégica, já que é a única produtora de ferramentas EUV de baixo NA e alto NA, que são cruciais para a fabricação de chips usando tecnologias de processo de ponta. Além disso, a ASML comanda a maior parte das ferramentas litográficas DUV. À medida que vários países procuram a produção de chips onshore, a procura pelos produtos da ASML aumentará inevitavelmente, o que é pelo menos uma das razões pelas quais está a expandir a sua capacidade de produção.
Uma parcela significativa da força de trabalho da ASML, cerca de 40%, consiste em trabalhadores migrantes. A empresa manifestou preocupações sobre o potencial endurecimento das regras de migração laboral por parte de um novo gabinete de direita, o que poderia dificultar a sua capacidade de contratar novo pessoal e de crescer. Embora o modelo de negócio da empresa possa ser considerado flexível, importa referir que apenas 7% dos seus trabalhadores são ‘trabalhadores flexíveis’ e 93% são funcionários próprios.
O primeiro-ministro Mark Rutte está pessoalmente envolvido nos esforços para manter a ASML no país, indicando quão importante é para os Países Baixos garantir que a maior parte das operações da ASML, bem como a sua sede, permaneçam no país. A decisão da empresa de permanecer ou mudar-se poderá ter implicações substanciais para a economia holandesa e a sua posição na indústria tecnológica global.
O contexto mais amplo das deliberações da ASML reflecte as preocupações constantes sobre o clima empresarial holandês. Factores como o ambiente fiscal, a implementação regulamentar e a estabilidade política estão a influenciar as decisões das empresas no sentido de considerarem a deslocalização de actividades para o estrangeiro. O telégrafo observa que, nos últimos anos, multinacionais como a Shell e a Unilever transferiram as suas sedes dos Países Baixos.
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