“O que me desagrada é que sem o TikTok vocês farão crescer o Facebook, que para mim é um inimigo do povo, assim como outras mídias”, declarou o candidato presidencial dos EUA, Donald Trump. (Foto: 123RF)
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na segunda-feira que era contra a proibição do TikTok nos Estados Unidos, assumindo a posição oposta à do atual chefe de Estado norte-americano, pronto a apoiar uma proposta de lei que ameaça a rede social.
“O que me desagrada é que sem o TikTok vocês farão crescer o Facebook, que para mim é um inimigo do povo, assim como outros meios de comunicação”, declarou o único candidato ainda na disputa pela indicação republicana para as eleições presidenciais de 5 de novembro. , durante entrevista à CNBC.
Esta é uma reviravolta para Donald Trump, que emitiu uma ordem executiva em agosto de 2020 para proibir o TikTok nos Estados Unidos, citando uma ameaça à segurança nacional.
Apreendidos pela própria plataforma e pelos criadores de conteúdo, dois juízes federais de jurisdições distintas anularam a medida, em setembro e dezembro de 2020, decisões que o governo Trump não havia contestado.
Todos os cinquenta membros de uma comissão da Câmara dos Deputados votaram quinta-feira a favor de um projeto de lei que obrigaria, se aprovado, a controladora do TikTok, ByteDance, a vender sua subsidiária, sob pena de banimento da rede social nos Estados Unidos .
O texto deverá ser colocado em votação na Câmara ainda esta semana, segundo diversos meios de comunicação norte-americanos.
“Se a adotarem, eu a assinarei”, declarou na sexta-feira o presidente dos EUA, Joe Biden, dizendo estar pronto para promulgar esta nova lei, apoiada por parlamentares democratas e republicanos.
Os parlamentares estão preocupados com as ligações entre o TikTok e as autoridades chinesas, vendo o risco de transmissão massiva de dados de usuários americanos para a China.
Em diversas ocasiões, o grupo garantiu não ter recebido quaisquer pedidos do governo chinês nesse sentido e indicou que, se necessário, recusaria.
Donald Trump disse ser a favor da proteção de dados, mas afirmou, sem provas, que outras empresas tecnológicas estavam dispostas a fornecer informações de utilizadores norte-americanos se Pequim pedisse, mencionando o Facebook.
Depois desta mudança de atitude, vários meios de comunicação norte-americanos mencionaram as ligações do antigo chefe de Estado com o financista Jeff Yass, um grande doador aos candidatos republicanos e cuja empresa de investimentos, Susquehanna International Group, tem uma participação significativa no capital do TikTok.
Segundo o New York Post, Jeff Yass, que conheceu Donald Trump na Florida há poucos dias, teria ameaçado deixar de financiar os candidatos republicanos caso a lei relativa ao TikTok fosse aprovada.
Questionado pela CNBC, Donald Trump negou ter abordado o assunto com o financiador.