O novo livro de Dany Laferrière está repleto de pensamentos inspiradores para quem deseja melhorar seu dia a dia no trabalho. (Foto: Olivier Schmouker.)
TRABALHO MALDICIONADO! é uma seção onde Olivier Schmouker responde às suas perguntas mais interessantes [et les plus pertinentes] sobre o mundo empresarial moderno… e, claro, as suas deficiências. Marcação para ler o terças feiras e a Quintas-feiras. você quer participar? Envie-nos sua pergunta para [email protected]
P. – “Acabei percebendo que meu dia a dia no trabalho era, basicamente, mais um constrangimento do que uma alegria. E isso certamente explica muitos dos meus desencantos: por exemplo, não sou tão produtivo quanto deveria. Como podemos mudar isso, se possível?” –Lexie
R. – Querida Lexie, parece-me que uma das principais fontes de insatisfação no trabalho é a insuficiência, ou mesmo a falta, de benevolência nas nossas atividades profissionais. Sim, a benevolência, esta capacidade que todos temos de ser indulgentes, gentis e atenciosos com os outros, mas também, e sobretudo, com nós mesmos. E aposto que este é o seu caso, porque você não me informou de nenhum acontecimento ou armadilha específica que pudesse explicar seu desencanto no trabalho.
Como cultivar a gentileza no seu dia a dia profissional? Tenho uma boa sugestão para você, eu acho. Acontece que o novo livro de Dany Laferrière, intitulado “Uma Certa Arte de Viver”, chega hoje às livrarias. Este último está repleto de pensamentos, cada um mais sábio que o outro, da vida cotidiana do escritor quebequense, especialmente quando ele está no trabalho.
Ao percorrer as páginas deste livrinho, certos pensamentos me fizeram pensar em você. Achei que eles poderiam ser úteis para você, ajudá-lo a adotar a gentileza em sua vida diária no trabalho. Aqui está uma antologia preparada especialmente para você, Lexie.
Abra-se para tarefas rotineiras
“Varrer é um ato/subversivo/porque permite sonhar.”
Abra-se para os outros
“Ele não demorou/como eu temia/ele me deu o dele.”
Abra-se para a amizade
“Entre aqueles que poderiam nos ensinar/coisas sobre nós/alguns se tornaram amigos. /Outros sabem como tornar a nossa vida/um verdadeiro pesadelo.”
Abra-se para a empatia
“A única inteligência que vale a pena ter/é aquela que nos permite/nos colocar no lugar do outro e sentir/sua dor e humilhação antes/de atacar como um touro que vê vermelho.”
Abra-se para mudar
“Se não mudarmos/os outros, eles mudam/e desta forma/eles nos mudam.”
Abra-se para a emoção
“Esse hábito de acreditar que nosso cérebro/controla todas as redes do sistema/e que nenhuma informação pode escapar/de suas antenas ultrassensíveis poderia/nos cegar para o essencial.”
Abra-se para o consolo
“O patinho voltou/perto do lago para procurar a mãe. /Ele fica intrigado com seu reflexo/que vê na água. /Sua tristeza durou apenas um breve momento.”
Abra-se para a gentileza
“Não é porque sofremos/que temos razão em tudo. /Ou que devemos fazer os outros sofrer. /Não devemos colocar a nossa dor/no centro da vida. Ela é antes sua rival.
Abra-se para a serenidade
“Essa serenidade nos ajuda a estar perto/dos outros sem tensão/e a não evitá-los por medo/de acabar com uma versão modificada do mundo.”
Abra-se para a alegria
“Um dia é perfeito/quando você de repente começa/dançar com a cadeira/na qual você estava sentado.”
Aí está, Lexie. Estas dez reflexões de Dany Laferrière talvez o inspirem a fazer pequenas mudanças em sua vida diária no trabalho e, ao fazê-lo, ajudem a se abrir para mais prazer e alegria a cada dia que passa no trabalho. Pelo menos esse é todo o mal que desejo a você.
Claro, convido você a pescar nas águas sem fundo do novo trabalho de Dany Laferrière. Quem sabe? Talvez você faça fotos ainda mais inspiradoras que as minhas.