40% dos cinquenta trabalhadores empregados pela Don’t Nod Montréal irão potencialmente beneficiar diretamente desta medida para melhorar o seu bem-estar, indica Hana Benosman, Diretora de Talento e Cultura, mas os benefícios não se limitam a eles. (Foto: 123RF)
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ACORDAR DE MANHÃ. Desde 15 de fevereiro de 2024, os funcionários do estúdio de videogame Don’t Nod Montréal podem tirar algumas horas de folga quando os sintomas menstruais forem muito incômodos. O processo foi tão simples que a administração da organização espera inspirar outras pessoas a seguirem o exemplo e tornar a política de licença menstrual uma escolha óbvia no local de trabalho.
Por sua vez, a filial de Quebec do estúdio francês utilizou um veículo que já possuía para acomodar seus funcionários que sofriam de sintomas incômodos: aumentou em 40 horas o banco de licenças flexíveis já disponibilizado a eles, a critério de cada indivíduo.
“Ninguém é obrigado a aderir a esta política”, explica a diretora de Talento e Cultura, Hana Benosman. Só fazemos isso se sentirmos necessidade.”
40% dos cinquenta trabalhadores empregados pela Don’t Nod Montréal irão potencialmente beneficiar directamente desta medida para melhorar o seu bem-estar, indica ela, mas os benefícios não se limitam apenas a eles.
Os seus colegas do sexo masculino têm muito orgulho de fazer parte de uma empresa que oferece tal medida, sublinha a diretora geral do estúdio, Frédérique Fourny-Jennings.
Esta política é uma continuação lógica da lista de medidas de acomodação já implementadas para apoiar os funcionários, disse ela. Desde que o estúdio de Montreal foi fundado, há três anos, ela e seus colegas têm feito questão de construir uma equipe onde os valores de equidade, diversidade e inclusão sejam parte integrante da experiência dos funcionários.
Portanto, ninguém ficou surpreendido ao saber que tal política foi implementada, acrescenta Hana Benosman.
Embora tenha sido fácil converter membros da organização, a gestão não está menos aberta a ouvir as reservas que alguns colegas possam ter em relação a estas licenças menstruais. “Isso também é inclusão”, afirma o diretor-geral.
Implementação com facilidade
Se a adoção desta política foi feita até agora sem problemas, é porque a empresa reuniu as condições vencedoras a montante: o EDI é um dos seus valores e está integrado numa estrutura já comprovada.
A equipe de gestão queria encontrar um equilíbrio entre privacidade e conveniência de uso.
Para isso, preenche o banco com 80 horas de uso pessoal que são utilizadas para responder a imprevistos, como um filho doente ou uma consulta médica. Quem desejar, basta solicitar este bônus ao departamento de recursos humanos, evitando assim que tenha que perguntar ao seu gestor se prefere não falar sobre seus períodos de trabalho.
Assim, se cólicas ensurdecedoras ou perda excessiva de sangue os incomodam, podem simplesmente indicar no seu software de gestão de tempo que estão ausentes por motivos pessoais, sem documentação comprobatória ou aviso prévio.
Até o momento, dois funcionários exerceram seu direito.
O banco está dividido em horários, o que permite flexibilidade na sua utilização, numa organização onde os colaboradores já têm grande liberdade para adaptar o seu horário de trabalho.
“Se colocamos isso em uma política bem definida é porque tranquiliza os funcionários que solicitam esse afastamento e os gestores se é um assunto que os incomoda um pouco”, explica Frédérique Fourny-Jennings. Não queremos que os funcionários se sintam obrigados a retirar as poucas horas que estiveram ausentes.”
Convite para agir
Dada a simplicidade da sua abordagem, a diretora geral da Don’t Nod Montréal espera inspirar outros empregadores a serem flexíveis com os seus empregados.
“Fazemos isso pelo nosso povo, mas também queremos demonstrar que não é completamente maluco, que não é complicado. “Você não precisa dar muita importância a isso porque, assim como menstruar, é natural.”
Ela nem quer qualificar esta medida como progressiva, acreditando que é apenas mais uma forma de acomodar os seus colaboradores.
Para seguir o exemplo, Hana Benosman recomenda ser transparente no processo.
“Não precisamos de um grande comité nem de recursos extraordinários”, afirma Frédérique Fourny-Jennings. É preciso um pouco de coragem para não dar grande importância a isso e continuar com os esforços que desenvolvemos. Temos que nos perguntar como isso se encaixa na organização que já temos.”