A ascensão da IA tornou-se motivo de preocupação, amplificada pelo lançamento em 2022 do ChatGPT, que tirou dos laboratórios a chamada IA generativa que permite produzir textos, imagens, sons e linhas de código a partir de uma simples solicitação em linguagem cotidiana. (Foto: 123RF)
Os Ministros da Indústria, Tecnologia e Assuntos Digitais do G7 estabeleceram na sexta-feira um “objectivo comum” para estabelecer inteligência artificial (IA) “segura, protegida e fiável”, mas reconheceram que o seu enquadramento pode variar de um país para outro.
“Estamos determinados a encontrar o equilíbrio certo entre a promoção da inovação e a necessidade de implementar salvaguardas adequadas”, afirmaram num comunicado.
Esta declaração conjunta foi publicada no final do segundo dia de uma reunião ministerial em Trento, no norte de Itália, dedicada à IA, uma das prioridades da presidência italiana do G7.
“Os instrumentos políticos destinados a alcançar a visão e o objetivo comuns de uma IA segura, protegida e confiável podem variar entre os membros do G7”, admitiram os ministros, insinuando divergências sobre o assunto.
“Saudamos os esforços atuais dos membros do G7 e encorajamo-los a avançar e reforçar a interoperabilidade entre os quadros de governança da IA”, observaram.
A ascensão da IA tornou-se motivo de preocupação, amplificada pelo lançamento em 2022 do ChatGPT, que tirou dos laboratórios a chamada IA generativa que permite produzir textos, imagens, sons e linhas de código a partir de uma simples solicitação em linguagem cotidiana.
Os eurodeputados aprovaram na quarta-feira uma legislação sem precedentes a nível global para regular sistemas de inteligência artificial como o ChatGPT, após intensas negociações sobre o equilíbrio entre inovação e segurança.
A legislação europeia obrigará os sistemas de IA a informar o usuário de que está em contato com uma máquina, e as imagens, textos ou vídeos gerados artificialmente (“deep fakes”) devem ser claramente identificados como tal.
Esta lei será dotada de meios de vigilância e sanções com a criação de um gabinete europeu de IA, que poderá impor multas que variam entre 7,5 e 35 milhões de euros.
Alguns países membros do G7, como os Estados Unidos e o Reino Unido, defendem regras menos rigorosas do que as da UE, baseando-se, em vez disso, na auto-regulação ou na adesão voluntária dos gigantes tecnológicos aos sistemas de vigilância.
“Nossa abordagem à regulamentação da inteligência artificial é diferente da da UE”, declarou quinta-feira a ministra britânica da Tecnologia, Michelle Donelan, presente no primeiro dia da Indústria do G7 que ocorreu em Verona (norte).
“Não queremos apenas focar nos riscos, mas também promover a inovação e evitar impedi-la”, argumentou em entrevista ao jornal La Repubblica.