“Direções e afirmações estratégicas dão altura, amplitude e profundidade ao crescimento da empresa.” (Foto: 123RF)
ESPECIALISTA CONVIDADO. Em um cenário econômico instável, muitas vezes vago e complexo, o que pode nos ajudar a enxergar mais longe e nos manter no caminho certo? Direções estratégicas claras!
E do que são feitas as orientações estratégicas? São constituídas por uma razão de ser, uma visão, uma missão, ambições e valores.
Mas quais são as diferenças entre esses elementos? Compartilho com vocês minhas descobertas sobre esse assunto.
Por mais de 30 anos, visitei empresas em quase todos os lugares de Quebec e da Europa de língua francesa. Centenas de empresas. Muitas vezes, no hall de entrada, ora se expõe uma visão, ora uma missão e, durante vários anos, uma razão de ser. Há muito tempo busco entender as diferenças entre esses nomes. Cheguei às seguintes conclusões.
(Fonte: Michel Bundock)
1. A razão de ser
Expressa a contribuição da empresa para a sociedade. Tem um escopo muito amplo e de longo prazo. Esta é, como o nome diz, a sua “razão de existir”. Exemplos? “Criador de convívio” (Ricard, bebidas); “Nós alimentamos o mundo” (Olymel); “Aproximando pessoas” (Facebook); “Entretenimento do Mundo” (Netflix); “Criando produtos inovadores que mudam o mundo” (Apple). O propósito é “por que existimos como organização”.
2. Visão
A visão reflete onde a organização quer chegar; seu destino, seu “devir”. Por exemplo: “Tornar-se referência em nossa área na América”; “Tornar-se o melhor serviço de distribuição de entretenimento do mundo” (Netflix); “Dominar o comércio eletrônico” (Amazon); “Ser a empresa automobilística mais respeitada e bem-sucedida em seus mercados” (Toyota); “Trazendo humanos para outros planetas” (Espaço X). A visão oferece uma jornada.
3. A missão
A missão, por seu lado, descreve o know-how da empresa e as suas competências estratégicas. A missão identifica os talentos essenciais da organização. Freqüentemente com um ou dois verbos. Por exemplo: “Projetar e fabricar peças automotivas”; “Aproximando e conectando empreendedores”; “Transformando turfa”; “Entreter, informar e inspirar públicos de todas as idades” (Disney); “Conectando pessoas e construindo comunidades” (Facebook). A missão expressa a experiência estratégica de uma organização.
4. Ambições
A estes três primeiros componentes somam-se as “ambições” da organização. As ambições são muito concretas, muitas vezes quantificáveis. Afirmam o tamanho futuro da empresa ou o seu âmbito geográfico, etc. Alguns exemplos: “Alcançar dez milhões de dólares em volume de negócios em cinco anos”; “Exportar para 15 países”; “Ajudar 1000 clientes em três anos”. As ambições traduzem a visão em indicadores-chave.
5. Orientações estratégicas
E para completar, as orientações estratégicas: os valores prioritários da organização. Eles trazem uma dimensão de cultura. Os valores são as raízes, as âncoras das orientações estratégicas. Exemplos de valores: “Inovação, excelência, satisfação do cliente” (Apple); “Criatividade, Inclusão, Integridade” (Netflix); “Inovação, inspiração, desempenho” (Nike). Os valores colorem os quatro componentes anteriores.
Estes cinco elementos (razão de ser, visão, missão, ambições, valores) constituem as orientações estratégicas da empresa. Como uma bússola. Como um painel; cada “dial” tendo seu uso. Eles servem como marcos, suportes, faróis na turbulência.
Por que perder tempo para especificá-los? Porque orientações claras permitem uma melhor mobilização dos colaboradores; dar sentido ao trabalho; para facilitar a tomada de decisões e, para a gestão, distinguir melhor as oportunidades favoráveis das distrações.
Formuladas em um diagrama simples como este acima, as orientações estratégicas também podem ser uma ótima ferramenta de comunicação e promoção da marca empregadora da organização.
Direções e afirmações estratégicas dão altura, amplitude e profundidade ao crescimento da empresa. quais são os seus?
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