“A atividade especulativa no mercado de criptomoedas pode desempenhar um papel importante”, lembrou Walid Koudmani, analista independente, entrevistado pela AFP. (Foto: 123RF)
O Bitcoin perdeu cerca de 15% desde seu último recorde, pressionado pela realização de lucros e especulações sobre as orientações do banco central americano (Fed), esperadas na quarta-feira.
No fechamento de terça-feira, a criptomoeda mais popular caiu 5,34%, para US$ 63.749 (US$).
Atingiu um recorde absoluto de US$ 73.797 na quinta-feira, após o lançamento de um novo produto de investimento nos mercados americanos. O token digital permanece em alta cerca de 50% no acumulado do ano.
“A atividade especulativa no mercado de criptomoedas pode desempenhar um papel importante”, lembrou Walid Koudmani, analista independente, entrevistado pela AFP.
“Os investidores que entraram no mercado mais cedo podem aproveitar a subida dos preços para vender e obter lucros, contribuindo assim para uma pressão descendente sobre os preços”, explicou.
O ativo digital já sofreu oscilações no passado, após picos, caindo fortemente em 2017-2018, ou mesmo no final de 2022, após uma série de afundamentos de vários gigantes do setor.
O Fed iniciou uma reunião monetária na terça-feira que termina ao meio-dia de quarta-feira.
Se o banco central americano “sinalizar uma flexibilização monetária esperada nos próximos meses”, isso “deverá enfraquecer o dólar e aumentar os ativos de risco”, como as criptomoedas, observou James Harte, analista da Tickmill.
Por outro lado, se o Fed expressar “mais relutância” sobre um possível corte nas taxas, “isso corre o risco de desacelerar ainda mais o bitcoin no curto prazo”, estimou ele.
Já na semana passada, “a inflação acima do esperado tinha empurrado para trás os mercados bolsistas” e as criptomoedas, recordou Simon Peters, analista da eToro, “com os investidores a questionarem-se se a inflação ainda está demasiado alta” para a Fed começar a baixar as taxas.
No entanto, o preço do bitcoin poderá ser sustentado em abril pelo “halving”, um fenômeno técnico que reduz pela metade a recompensa dada pela mineração de bitcoins e que ocorre aproximadamente a cada quatro anos, destacou Harte.