O Telegram sempre foi uma alternativa interessante para quem busca privacidade em suas conversas, fugindo do iMessage e do WhatsApp. No entanto, um novo recurso lançado pela plataforma está gerando preocupações entre os usuários.
Recentemente, o Telegram lançou o “Programa de login ponto a ponto” (P2PL). Basicamente, esse programa foi criado para auxiliar usuários em locais onde o SMS não é confiável a receber códigos OTPs (One-Time Pin) por meio de outros usuários da plataforma. Ou seja, os números de telefone dos participantes se tornam intermediários para o envio dos pins via SMS, facilitando o login de outros usuários do Telegram.
Apesar da utilidade dessa novidade, existe uma grande ressalva. Conforme descrito nos termos do programa, ao se inscrever, o Telegram acessará o seu número até 150 vezes por mês para o envio das mensagens SMS. Isso faz com que você seja o único responsável por eventuais taxas das operadoras, o que pode não ser um problema se forem enviadas localmente, mas pode se tornar caro em casos internacionais.
Além disso, há preocupações quanto à privacidade. Ao participar desse programa, tanto você quanto o destinatário do OTP terão acesso aos números de telefone um do outro. Isso pode expô-lo a mensagens indesejadas e potencialmente a assédio por parte de alguém que tenha recebido ajuda sem o seu conhecimento. Os termos do Telegram deixam claro que eles não se responsabilizam, deixando os participantes do programa vulneráveis a possíveis violações de privacidade.
A recompensa por participar desse programa é uma assinatura gratuita do Telegram Premium, que normalmente custa US$ 4,99 por mês e oferece recursos extras como uploads de arquivos maiores e downloads mais rápidos. Apesar da iniciativa louvável do Telegram em tornar seu serviço premium mais acessível, será que os riscos valem a pena? Pessoalmente, acredito que não, mas estou interessado em saber a sua opinião sobre o assunto.