O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ao primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, durante uma reunião recente, que os esforços para restringir o acesso da China às tecnologias avançadas não seriam capazes de deter o progresso da nação. Esse diálogo ocorreu após os Países Baixos imporem controles de exportação de ferramentas de fabricação de chips, alinhando-se com os esforços dos EUA para limitar o acesso da China a tecnologias avançadas devido a preocupações com a segurança nacional, conforme relatado pela Associated Press.
“O povo chinês também tem o direito ao desenvolvimento legítimo e nenhuma força pode deter o ritmo do desenvolvimento e progresso científico e tecnológico da China”, declarou Xi.
A decisão dos Países Baixos de impor licenças de exportação para equipamentos de litografia da ASML – que são utilizados na fabricação de chips lógicos de 14 nm e tecnologias mais avançadas – tem um impacto significativo para os fabricantes de semicondutores da China, como a SMIC e a YMTC. Recentemente, a SMIC firmou parceria com a Huawei para produzir processadores de smartphones de classe 7nm, utilizando as ferramentas de litografia avançada por ultravioleta profundo (DUV) da ASML, e as empresas também estão trabalhando na fabricação de chips de 5nm com essas máquinas.
A tensão contínua entre os EUA e a China em relação ao acesso à tecnologia levou a China a acusar os EUA de obstruir seu desenvolvimento econômico. Os EUA não desejam que a China tenha acesso a processadores de alto desempenho, que poderiam ser usados em inteligência artificial e aplicações de computação de alta performance, uma vez que supercomputadores poderosos poderiam ser utilizados para desenvolver capacidades militares da China, além de armas de destruição em massa. Por esse motivo, empresas americanas como AMD, Intel e Nvidia não podem mais vender seus produtos mais recentes para entidades chinesas sem uma licença de exportação do governo dos EUA.
Os EUA também não querem que a China tenha a capacidade de produzir seus próprios processadores de IA e HPC pelas mesmas razões. Para garantir isso, os EUA restringiram empresas americanas de venderem equipamentos avançados de fabricação de wafers (WFE) para entidades sediadas na China e conseguiram persuadir o Japão, os Países Baixos e Taiwan a adotarem a mesma postura – o que causou incômodo na China.
A China precisa urgentemente de equipamentos sofisticados de litografia desenvolvidos internamente para permitir que seus fabricantes de chips produzam chips utilizando tecnologias de processo ainda mais avançadas, como 14 nm. O país tem feito algum progresso com ferramentas de litografia domésticas: a Shanghai Micro Electronics Equipment (SMEE), empresa mais avançada na produção de scanners de litografia na China, lançou sua primeira ferramenta com capacidade de 28 nm no ano passado, mas não está claro se a empresa pode produzir essas máquinas em grandes volumes.
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