Christian Kengne (Foto: cortesia)
GERAÇÃO DE IMPACTO. Ofertas apresenta a você os líderes de amanhã da segunda coorte da Génération d’impact, um programa de treinamento intraempreendedor liderado pela Câmara de Comércio Jovem de Montreal e pela Fondaction, com o apoio do Cluster IDEOS-HEC Montreal.
Apresentação
Nome: Christian Kengne
Funções e empresas: Fundador da organização sem fins lucrativos Black Hack Club e diretor sênior de segurança cibernética do Black Hack Club e Fiera Capital Corporation
Idade: 35 anos
Perguntas e Respostas
Negócios: Qual o desafio que pretende enfrentar no âmbito da Geração de Impacto?
Christian Kengne: Oferecer a cada jovem a oportunidade de inventar o seu próprio futuro num mundo digital.
No âmbito do Generation Impact, o meu desafio é implementar uma série de workshops focados em cibersegurança, inteligência artificial e computação quântica nas escolas primárias. Esta iniciativa dirige-se especialmente aos jovens dos 7 aos 13 anos, pois é nesta idade que estes jovens recebem frequentemente os seus primeiros dispositivos digitais e começam a explorar o mundo online para os seus estudos ou atividades sociais.
A ideia é simples: oferecer a cada jovem a oportunidade de inventar o seu próprio futuro, expondo-os a estes campos emergentes de uma forma interativa e atrativa. Através de oficinas lúdicas e educativas, buscamos criar um ambiente onde o aprendizado aconteça de forma natural e divertida, proporcionando satisfação pessoal.
O objetivo é apresentá-los aos conceitos fundamentais de cibersegurança, inteligência artificial e computação quântica para que compreendam os desafios do mundo digital em constante evolução. Ao fazê-lo, alimentamos a sua curiosidade em considerar uma carreira nestas áreas e estimulamos o seu interesse pelas tecnologias emergentes. Ao familiarizá-los com estes conceitos desde tenra idade, a nossa ambição é inspirar a próxima geração de líderes tecnológicos e incentivá-los a participar ativamente na formação do mundo de amanhã.
LA: O que fez você querer fazer algo sobre esse problema?
CK: Durante as minhas horas de voluntariado em escolas primárias, tive a oportunidade de educar jovens sobre codificação informática, ao mesmo tempo que abordava temas como inteligência artificial e segurança cibernética. O que me surpreendeu foi que a maioria dos jovens interessados nestas áreas tinha um pai que trabalhava diretamente no setor. No entanto, notei um défice alarmante entre as minorias visíveis, os negros e os jovens recém-chegados, que enfrentam dificuldades particulares no acesso às tecnologias digitais.
Hoje, à medida que enfrentamos desafios crescentes para garantir a segurança do nosso futuro digital, a procura de pessoas qualificadas continua a aumentar, enquanto a oferta permanece insuficiente. É, portanto, imperativo incentivar os jovens a interessarem-se por estas áreas desde cedo. Infelizmente, muitos jovens no ensino médio ou na universidade já tomaram decisões sobre sua carreira. Embora a reciclagem profissional seja possível, continua a ser um grande desafio a superar.
LA: O que você acha que é preciso para ser um bom intraempreendedor?
CK: Um bom intraempreendedor deve ter a capacidade de pensar criativamente e apresentar ideias inovadoras para resolver problemas. É essencial que ele seja um líder unificador, capaz de mobilizar recursos e competências variadas para inspirar outros em torno de uma visão comum. Um intraempreendedor deve saber que ideias revolucionárias raramente surgem de um momento isolado de genialidade, mas vêm de interações sociais. A criatividade e a inovação muitas vezes emergem de encontros com outras pessoas.
Além disso, deve ser capaz de se adaptar rapidamente às novas circunstâncias, porque o caminho para a inovação está muitas vezes repleto de armadilhas e a mudança não acontece num estalar de dedos. Tenha em mente que o impacto mais profundo reside na forma como elevamos e inspiramos os outros a realizarem o seu potencial.
LA: Na sua opinião, quais são os principais desafios que o mundo empresarial da Quebec Inc. enfrenta? O que deve permanecer no radar deles?
CK: O declínio na taxa de participação no mercado de trabalho em Quebec inc. é uma grande preocupação. Com mais partidas do que chegadas, este problema deverá agravar-se nas próximas décadas. Os jovens iniciam a carreira mais tarde e aspiram à reforma antecipada, o que exige uma revisão dos modelos de negócio e uma adaptação às necessidades presentes e futuras.
A rápida evolução da inteligência artificial está a suscitar preocupações sobre o futuro do trabalho, levando os sindicatos a reforçar os seus acordos colectivos para proteger os trabalhadores. Uma transição para a IA pode melhorar a qualidade do emprego e dos serviços oferecidos à população, por isso precisamos de um diálogo social aprofundado entre os setores público, privado e sindical para facilitar as transições tecnológicas.
Além disso, o investimento insuficiente nas PME é problemático, dado o seu papel crucial na economia. A falta de financiamento para se adaptarem às novas tecnologias e reforçarem a cibersegurança expõe estas empresas aos riscos de ataques cibernéticos e violações de dados confidenciais, realçando assim a necessidade de uma maior atenção ao seu apoio financeiro.
LA: Se você tivesse uma varinha mágica, como seria o empregador ideal? O que faria de diferente do que você vê no mercado?
CK: Num mundo empresarial em constante mudança, as empresas enfrentam a necessidade de se adaptarem rapidamente para permanecerem relevantes e competitivas. O empregador ideal neste contexto criaria um ambiente de trabalho gratificante onde cada funcionário pudesse desenvolver-se plenamente e contribuir para o sucesso da empresa. Este ambiente daria prioridade à flexibilidade e à inovação, desafiando o status quo com líderes empáticos e motivadores, onde cada funcionário se sentiria valorizado. Isto envolveria dedicar tempo não apenas ao trabalho em si, mas também à idealização e ao desenvolvimento profissional contínuo, bem como ao envolvimento social ou comunitário.
O empregador ideal teria um forte compromisso com a responsabilidade social e ambiental, incorporando práticas que atendam às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. Uma grande sensibilidade para o desenvolvimento sustentável e um sentido de comunidade são, portanto, muito importantes. Além disso, para atrair e reter talentos da geração mais jovem, o empregador ideal deve reconhecer e acomodar as preferências únicas desta geração. Não se trataria de tratá-los com tolerância, mas sim de compreender e abraçar seus valores e aspirações. Ao integrar estes elementos, o empregador ideal tornar-se-ia um destino atraente para a futura geração de líderes e empregados.
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