Recentemente, veio à tona que o Google está bloqueando links de agências de notícias locais da Califórnia. O motivo? O Google está fazendo isso em protesto contra a Lei de Preservação do Jornalismo da Califórnia (CJPA) – que exigiria que o Google e outras gigantes digitais pagassem uma “taxa de uso de jornalismo” para vincular a sites de notícias na Califórnia. Agora, o Google demitiu 28 funcionários depois que alguns membros participaram de protestos contra o contrato de nuvem do Google com o governo israelense.
O Google alega que um pequeno grupo de funcionários que estavam protestando entrou e interrompeu o trabalho em alguns escritórios não especificados. A empresa declarou que “impedir fisicamente o trabalho de outros funcionários e impedi-los de acessar nossas instalações é uma clara violação de nossas políticas e um comportamento completamente inaceitável”. O Google continuará investigando e tomando as medidas necessárias, conforme mencionado pela empresa.
Em uma declaração no Medium, funcionários do Google associados à campanha No Tech for Apartheid rotularam essa ação como “retaliação flagrante” e observaram que alguns funcionários demitidos não participaram diretamente dos protestos.
O grupo de protesto ressaltou que os trabalhadores do Google têm o direito de protestar pacificamente sobre suas condições de trabalho. Eles afirmam que o Projeto Nimbus, um contrato de US$ 1,2 bilhão concedido ao Google e à Amazon em 2021 para fornecer serviços em nuvem ao governo israelense, apoia o desenvolvimento de ferramentas militares por Israel. Por outro lado, o Google afirma que o contrato Nimbus não se concentra em tarefas altamente sensíveis, confidenciais ou militares relacionadas com armas ou serviços de inteligência. Vale ressaltar que este incidente não é a primeira vez que funcionários do Google protestam contra decisões da empresa. Em 2018, os trabalhadores conseguiram pressionar com sucesso a empresa a suspender um contrato com as forças armadas dos EUA, o Project Maven, destinado a analisar imagens aéreas de drones potencialmente utilizadas em guerra.
Em resumo, a situação envolvendo o Google e a demissão de 28 funcionários após protestos contra o contrato de nuvem com o governo israelense destaca questões importantes sobre liberdade de expressão no ambiente de trabalho, respeito às opiniões e direitos dos trabalhadores, além de levantar debates sobre o papel das empresas de tecnologia em relação a questões políticas e éticas. É essencial que as empresas e seus funcionários possam dialogar e encontrar maneiras de resolver conflitos de forma pacífica e respeitosa, buscando sempre o equilíbrio entre interesses comerciais e valores éticos.