RLua Ebel nem sempre foi descaradamente óbvio Guerra das Estrelas nocautear. A certa altura, era o verdadeiro McCoy. O thriller de ficção científica de Zack Snyder (cuja segunda parte, O Scargiver, estreou na Netflix na sexta-feira) foi originalmente concebido como uma entrada oficial no cânone de Star Wars. Pouco depois de os direitos à terra da galáxia muito, muito distante de George Lucas terem sido conquistados pela Disney em 2012, Snyder tentou apresentar-lhes a sua premissa: a história de uma modesta comunidade agrícola que luta contra os invasores imperiais. O Homem de Aço a ideia do cineasta foi rejeitada, assim como suas propostas para uma adaptação do mesmo para videogame. Uma rápida mudança de marca depois – uma “localização e substituição” de alguns substantivos lucasianos – e o roteiro foi vendido para a Netflix como sua própria saga original.
Você poderia argumentar que Lua Rebelde não é menos uma fraude do que o próprio Star Wars, com o clássico original de 1977 tendo emprestado sua história do filme de Akira Kurosawa A Fortaleza Oculta. Kurosawa é, como observa nossa crítica Clarisse Loughrey em sua crítica, uma grande influência sobre Lua Rebeldecom o filme seguindo a trama de Sete Samurais quase batida por batida. (Star Wars também tomou emprestada essa estrutura, mais abertamente em vários episódios diferentes de O Mandaloriano.) Mas há uma ressalva. Para todos Lua RebeldeEmbora seja um roubo descarado, há momentos em que ele chega a lugares onde Star Wars nunca chegou.
Talvez a principal coisa que define Lua Rebelde além de seu antepassado multibilionário, está seu protagonista: órfão de guerra que se tornou super-soldado imperial e se tornou rebelde Kora (Sofia Boutella). Conhecemos Kora no primeiro Lua Rebelde com seus dias de Império já para trás, assombrada pela imoralidade de suas ações. Em Parte dois, descobrimos o que precipitou sua mudança de opinião: ela assassinou a filha inocente do imperador, como parte de um golpe. Embora seja revelado no final do filme que esse pré-adolescente mágico de alguma forma sobreviveu ao ataque, é uma maneira bastante sombria de enquadrar um herói. O manuseio pode ser contundente e superficial, mas Boutella é, no entanto, o tipo de protagonista angustiado e de área cinzenta que a saga Star Wars nunca ousou enfrentar.
É claro que a ideia de redenção surgiu repetidamente em Star Wars, desde o momento em que Han Solo aparece no final de Uma nova esperançarenegando seus métodos mercenários, até o final de Retorno dos Jedi quando Darth Vader joga o imperador do mal em um abismo para salvar seu filho Luke. As sequências de Star Wars colocaram um arco de redenção semelhante no execrável Ascensão de Skywalkercom Kylo Ren de Adam Driver voltando abruptamente a ser um cara legal no final do filme.
Mas a redenção em Star Wars também é rápida e descomplicada. Muito mais tempo e nuances são concedidos à queda em desgraça – o lento lapso de Anakin para o lado negro ao longo da trilogia prequela – do que à escalada de volta a ele. Assim como Kora, Vader também é um assassino de crianças: no momento em que massacra um “filhote” em A Vingança dos Sith é o ponto sem volta para Anakin Skywalker. Embora, é claro, ele retorne. O Despertar da Força começou com o finlandês de John Boyega servindo como Stormtrooper Imperial, mas nunca o vemos ou aprendemos dele realizando algo malicioso: ele é um homem reformado desde o primeiro ato, um herói cujo único vício é sua volúpia. Em Star Wars, a redenção é algo a ser conquistado, não conquistado. O que Lua Rebelde postula é algo mais confuso e menos gratificante – mas muito mais verdadeiro para a vida.
Não há um momento real em que o personagem de Boutella seja redimido; não há máscara de vilão para remover, como aquela que transforma catarticamente o rosto de Vader de volta no rosto humano de Anakin. Em vez disso, vemos uma personagem que deve conviver com suas decisões, que deve alcançar sua redenção lenta e parcialmente. Embora Star Wars tenha se envolvido com heróis conflitantes e moralmente duvidosos no passado – com mais sucesso na série estelar Disney + Andor – há sempre uma sensação de triunfalismo nisso. É um mundo dividido entre o lado claro e o lado escuro, e é sempre nisso que tudo se resume. Lua Rebelde tem muito dessa visão de mundo binária também (afinal, os vilões são estilizados como oficiais nazistas), mas se permite um pouco mais de sombra quando o assunto é heroísmo.
Em última análise, Lua Rebelde existe em uma espécie de terra de ninguém tonal – muito superficial e bombástica para ser considerada tarifa adulta, mas um pouco sombria e violenta demais para agradar ao público de todas as idades, como Star Wars. (E, sem mencionar que é, na melhor das hipóteses, mediano.) Mas o crédito deve ser dado quando devido: pelo menos tenta levar seus personagens a sério. Star Wars, à deriva em um mar de spin-offs e falhas de ignição cada vez mais sem objetivo, poderia aprender uma ou duas coisas.
‘Rebel Moon: Part Two – The Scargiver’ está disponível para transmissão agora na Netflix