As investigações forneceram evidências de que organizações sediadas na China ainda poderiam colocar as mãos em GPUs Nvidia sancionadas até 28 de fevereiro de 2024. De acordo com Reuters, as universidades e institutos de pesquisa chineses podem ter evitado as sanções às GPUs mais poderosas ao comprar servidores com esses aceleradores poderosos. No entanto, um porta-voz da Nvidia indicou que os produtos vendidos provavelmente incluiriam estoques que já haviam sido exportados para revendedores na China.
Documentos de licitação descobertos por Reuters revelam que dez entidades chinesas adquiriram chips Nvidia avançados entre 20 de novembro de 2023 e 28 de fevereiro de 2024, simplesmente encomendando servidores equipados com eles. Observa-se que os produtos de servidor Dell, Gigabyte e Supermicro (incluindo as GPUs Nvidia sancionadas) foram vendidos na China após a expansão do embargo de 17 de novembro, levantando questões sobre o desvio de sanções. Lembre-se de que esse ajuste na política de sanções abrangeu até mesmo GPUs Nvidia, como a placa gráfica de consumidor GeForce RTX 4090.
A Reuters descobriu que os revendedores de servidores incluíam 11 varejistas chineses pouco conhecidos. A venda e compra das poderosas GPUs sancionadas não é ilegal na China. Assim, a grande questão sem resposta aqui é se as GPUs sancionadas já estavam na China antes de 17 de novembro de 2023.
Em sua declaração à Reuters, a Nvidia disse à organização de notícias que as licitações eram para produtos já exportados e amplamente disponíveis antes de 17 de novembro de 2023. Além disso, a Nvidia apoiou seus parceiros alegando que os documentos “não indicam que algum de nossos parceiros violou a exportação regras de controle.” No entanto, a Nvidia disse que investigaria mais a fundo.
É claro que não é apenas a Nvidia que policiará possíveis violações de sanções. O Departamento de Indústria e Segurança dos EUA monitora o movimento de chips restritos e examina casos em que as sanções podem ter sido contornadas.
Dell, Gigabyte e Supermicro também responderam a perguntas feitas pela Reuters. A Dell disse não ter visto nenhuma evidência de servidores com chips restritos sendo enviados para a China. Afirmou também que estaria disposta a terminar relações com revendedores que violassem regulamentos e controlos de exportação. A resposta da Gigabyte não foi tão detalhada, com a empresa simplesmente afirmando que está em conformidade com as leis de Taiwan e regulamentações internacionais. A Supermicro negou qualquer conhecimento de exportações ou reexportações de sistemas por terceiros sem as licenças exigidas. Seu escritório de advocacia nos EUA também afirmou que a Supermicro vai além da letra da lei ao ser proativa em relação ao que os clientes fazem com seus servidores.
No início desta semana, vimos indícios de que amplos estoques de servidores e GPUs Nvidia H100 sancionadas estão disponíveis para clientes chineses. No entanto, é difícil saber se algumas destas ofertas publicadas são compensação de stocks existentes, violação genuína de sanções ou apenas tentativas de fraude por parte de burlões.