Em 2023, o mercado global de materiais semicondutores viu uma queda de receita de 8,2%, totalizando US$ 66,7 bilhões, abaixo dos US$ 72,7 bilhões no ano anterior. Todas as regiões do mundo registraram quedas nas receitas, exceto a China, que conseguiu obter pelo menos algum crescimento. SEMI, a associação industrial global para a cadeia de fornecimento de fabricação e design de eletrônicos, relatou esta recessão.
A queda na receita foi observada em diferentes segmentos do mercado. Os materiais de fabricação de wafer tiveram uma queda de 7,0% na receita, para US$ 41,5 bilhões. As reduções mais significativas neste segmento foram observadas em silício, auxiliares fotorresistentes, produtos químicos úmidos e planarização químico-mecânica (CMP). Entretanto, os materiais de embalagem utilizados para construir caixas de chips registraram um declínio mais acentuado de 10,1%, reduzindo a sua receita para 25,2 bilhões de dólares, em grande parte devido às reduções no setor de substratos orgânicos.
A redução no tamanho do mercado é atribuída ao abrandamento da procura de semicondutores, uma vez que os fabricantes tentaram minimizar o seu stock excedentário no ano passado. Essa gestão de estoque levou a instalações de fabricação subutilizadas, impactando diretamente no consumo de materiais semicondutores. As taxas operacionais reduzidas nessas instalações foram um fator chave na redução do uso de materiais.
Geograficamente, Taiwan continuou a liderar como o maior consumidor de materiais semicondutores pelo décimo quarto ano consecutivo, com receitas que atingiram 19,2 bilhões de dólares. Isto não é particularmente surpreendente, uma vez que a TSMC, com sede em Taiwan, produz chips para todo o mundo, incluindo os gigantes da tecnologia Apple, AMD, Intel e Nvidia.
Depois de Taiwan, a China registrou um aumento no consumo, atingindo 13,1 bilhões de dólares em receitas e mantendo o segundo lugar. Tendo em mente que a China lidera o mundo em termos de abertura de novas fábricas, é lógico que as empresas chinesas comprem mais materiais semicondutores do que outras.
A Coreia do Sul ficou em terceiro lugar, com US$ 10,6 bilhões, o que não é surpreendente, já que empresas como Samsung e SK Hynix produzem a maioria de seus dispositivos de memória 3D NAND e DRAM no mercado interno.
Fora dessas nações, a maioria das outras regiões sofreu quedas significativas no consumo de materiais semicondutores. Mais notavelmente, o mercado norte-americano de materiais de chips totalizou US$ 5,561 bilhões no ano passado, após uma contração de 11,4%, o que não é inesperado, já que os EUA continuaram a perder participação no mercado de fabricação de chips no ano passado. O único mercado menor foi a Europa, com US$ 4,319 bilhões em 2023, um declínio de 5,7% ano após ano.