O Representante de Comércio dos EUA (USTR) recomendou à Casa Branca que mantivesse tarifas sobre GPUs, placas-mãe e gabinetes de PC fabricados na China. Essa recomendação foi emitida como “Código de Faturamento 3390-F3” [PDF]. Essas tarifas adicionam um imposto de 25% sobre os produtos chineses mencionados. E mesmo que você pense que não foi impactado pela notícia, você está enganado! O imposto de importação se aplica a todas as GPUs e placas-mãe fabricadas na China.
As tarifas, juntamente com outras, foram propostas pela primeira vez durante o mandato do ex-presidente dos EUA, Trump, em 2020. Mas a implementação desses impostos foi adiada tanto pelo governo anterior de Trump como pela atual administração do presidente dos EUA, Biden. Isso já aconteceu várias vezes, inclusive em janeiro deste ano. No entanto, parece que esses produtos fabricados na China finalmente receberão impostos mais elevados, especialmente com a recomendação do USTR.
Mesmo se você comprar uma placa gráfica Asus ou MSI, eles serão afetados pelo imposto de importação adicional, desde que os itens tenham sido montados na China. Isso levará a preços mais elevados para o consumidor, especialmente no espectro acessível do mercado de gama baixa, onde as margens são pequenas, e qualquer custo adicional provavelmente será transferido para o usuário final.
Embora tenha sido apenas uma recomendação do USTR à Casa Branca, sem aviso formal ou data de retomada anunciada, a administração Biden anunciou recentemente um aumento da tarifa sobre semicondutores chineses de 25% para 50%. Isso não é um bom sinal para os fabricantes de PC que dependem da enorme capacidade de produção da China e das cadeias de abastecimento estabelecidas para entregarem seus produtos.
De acordo com Garon, “a Consumer Technology Association (CTA) pressionou a Casa Branca a acabar com as tarifas”. Mas o vice-presidente de Assuntos Internacionais da CTA, Ed Brzytwa, disse: “Eles não estão se livrando de nada. Existem apenas aumentos tarifários.”
Este anúncio do USTR é mais um passo na guerra comercial em curso entre os EUA e a China, com a tecnologia firmemente na mira de ambas as nações. Além das tarifas e direitos de importação, os Estados Unidos também bloquearam o acesso chinês às tecnologias mais recentes através de sanções, encorajando seus aliados a fazerem o mesmo.
A China continua inflexível quanto ao desenvolvimento de sua própria tecnologia, apesar dos obstáculos americanos. O governo chinês liberou US$ 27 bilhões para seus fabricantes de chips para ajudá-los a enfrentar a tempestade de sanções dos EUA. Além disso, as principais empresas tecnológicas chinesas, como a SMIC, continuam no caminho certo em termos de receitas e pesquisa e desenvolvimento. E embora as CPUs chinesas desenvolvidas internamente ainda não tenham um desempenho tão bom quanto os modernos chips Intel e AMD, elas estão aprendendo rapidamente e seus avanços tecnológicos estão sendo alcançados aos trancos e barrancos.
As eleições presidenciais dos EUA ocorrerão em novembro de 2024, com Trump aparentemente desafiando o atual Joe Biden. Assim, essas recentes tarifas e sanções contra a China parecem mais um movimento político para ganhar popularidade entre o povo americano, em vez de uma decisão política bem pensada. Como disse Brzytwa: “Parece que há uma competição entre o Partido Republicano e o Partido Democrata sobre quem pode ser mais duro com a China e quem pode ser mais protecionista.”