- A Microsoft fala sobre seus planos para IA e torná-la mais acessível a todos.
- O CEO da Microsoft relata um momento eureca em que realizou um sonho de infância e leu poesia persa usando o modelo GPT-3.
- Satya Nadella destacou que a tecnologia de Sydney está melhorando e que existem soluções inovadoras para ajudar a corrigir casos em que ela pode ter alucinações.
No início desta semana, o CEO da Microsoft, Satya Nadella tocou na base com Steven Levy da Wiredonde ele lançou mais luz sobre o forte investimento da empresa em IA generativa e a recente implantação na maioria de seus produtos de consumo e corporativos.
Levy começou a entrevista fazendo uma pergunta ao CEO para entender a decisão da Microsoft de se aventurar na IA generativa e o que motivou a mudança. Nadella indicou que foi somente quando a empresa estava fazendo a transição do GPT 2.5 para o 3 que eles começaram a perceber feitos impressionantes e perceberam que poderiam fazer e alcançar mais com essa tecnologia.
O fato de nenhuma medida extra ter sido implementada para treinar o modelo como codificar, mas ainda ser capaz de alcançar resultados impressionantes, foi quando ele realmente se tornou um crente e percebeu que a IA era transformadora.
Mais adiante na entrevista, Nadella relata seu momento eureca quando o modelo GPT-3 o ajudou a realizar um de seus sonhos de infância. Enquanto crescia em Hyderabad, na Índia, ele sempre quis ler poesia persa e, por meio do modelo, conseguiu traduzir a obra de Rumi para o urdu e depois para o inglês.
O CEO revelou ainda que a Microsoft vem investindo em IA há algum tempo e até teve sua própria entrada apelidada de Turing, que foi usada em suas ofertas, incluindo Bing e Azure. Ele acrescentou ainda que a empresa decidiu unir forças com a OpenAI depois de descobrir que ambas estavam trabalhando para o mesmo objetivo. Foi muito mais fácil para ambas as empresas trabalhar juntas e combinar recursos para atingir esse objetivo, em vez de tentar treinar vários modelos simultaneamente.
Levy perguntou se a Microsoft considerou comprar a OpenAI inicialmente, mas Nadella respondeu rapidamente e afirmou que era uma organização sem fins lucrativos.
Nadella citou ainda que a OpenAI foi capaz de apresentar uma “solução complicada”, em que ambas as empresas foram capazes de criar uma entrada com fins lucrativos, permitindo-lhes recuperar os lucros de seus empreendimentos.
O CEO da Microsoft indicou que, uma vez que ambas as empresas atingiram o limite definido de quanto lucro podem obter de seus empreendimentos, a única causa natural de ação seria cortar seus laços, conforme destacado em seu blog detalhado. Mas seu principal objetivo é alcançar a superinteligência primeiro.
Quando perguntado sobre a crença de Sam Altman da OpenAI em atingir o benchmark de superinteligência AGI, Nadella destacou que sua preocupação é mais sobre como tornar os recursos de IA acessíveis a todos.
Levy também mencionou a pressa da Microsoft em enviar o novo Bing ao público, o que foi recebido com muita preocupação pelos usuários, com vários jornalistas citando casos em que o chatbot teve alucinações ou forneceu respostas erradas abertamente.
O lançamento causou um efeito cascata que fez com que os principais players da indústria seguissem o exemplo e pulassem na mania da IA com suas entradas de cabeça, independentemente de estarem prontas para enviar.
A Microsoft afirmou que a tecnologia está melhorando e que existem inovações que ajudarão a remediar os casos de alucinações do chatbot. Além disso, a ferramenta possui vários modos para ajudar o usuário a refinar ainda mais as respostas.
Nadella responde a conversas sobre pedidos de pessoas para fazer uma pausa nas inovações de IA por seis meses e indica, em vez de paralisar completamente o processo. A empresa está implementando medidas elaboradas para garantir que eles possam estabelecer o controle sobre a inovação e que a segurança seja mantida.
No final da entrevista, perguntaram a Nadella sobre o impacto da IA e se ela destruiria a vida humana. Ele destacou que algo que está fora de controle é de fato uma ameaça.
No entanto, ele destacou que medidas elaboradas foram implementadas para estabelecer o controle sobre a rede elétrica e a energia nuclear. Portanto, os mesmos esforços e mais podem ser usados para gerenciar a IA. “Podemos lidar com tecnologia poderosa”, acrescentou o CEO da Microsoft.
A entrevista termina com Levy perguntando ao CEO se ele acha que será lembrado por suas contribuições à Microsoft, especificamente a transformação da IA. Ele afirmou que cabe inteiramente às pessoas decidir pelo que ele será lembrado e acrescentou ainda que a empresa tem feito progressos nos últimos dois anos que continuam a torná-la relevante no espaço da tecnologia até o momento, com a transformação da IA em a vanguarda.