O Alibaba é um player importante na economia digital da China e pioneiro na generalização das compras online em seu país. (Foto: 123RF)
O gigante chinês do comércio eletrónico Alibaba anunciou quinta-feira um aumento muito superior ao esperado no seu volume de negócios trimestral, apesar do abrandamento económico na China que está a pesar no consumo e de vários anos difíceis.
O Alibaba é um player importante na economia digital da China e pioneiro na generalização das compras online em seu país.
O grupo é, portanto, considerado um barômetro do consumo em seu país.
A China entrou em deflação na quarta-feira pela primeira vez desde 2021, o mais recente sinal em uma longa série de indicadores que refletem uma desaceleração na segunda maior economia do mundo.
Apesar da situação econômica, o grupo faturou 234,1 bilhões de yuans (US$ 29,11 bilhões). [G$]) no primeiro trimestre de seu ano fiscal defasado, 14% acima do ano anterior e acima das previsões dos analistas.
Em comparação, a receita do Alibaba aumentou apenas 2% no período anterior, entre janeiro e março, para 208,2 bilhões de yuans.
Seu lucro líquido aumentou 51% em um ano, para 34,3 bilhões de yuans (US$ 4,74 bilhões) no período de abril a junho.
Esses resultados surgem quando o Alibaba embarca na maior reestruturação de sua história.
“Robusto”
Prevê a divisão do grupo em seis entidades distintas com a ambição de as poder cotar em bolsa separadamente.
“Nossa reorganização está começando a liberar nova vitalidade”, disse Daniel Zhang em um comunicado, saudando um “trimestre robusto”.
Daniel Zhang, à frente do império Alibaba desde a saída em 2019 de seu fundador Jack Ma, deve assumir a gestão do lucrativo ramo de computação em nuvem, agora uma entidade separada, nas próximas semanas.
Para além desta atividade e do e-commerce, o grupo Hangzhou (leste da China) está presente na logística, mas também nos media, no entretenimento e na inteligência artificial.
Essas mudanças ocorrem após vários anos de turbulência para a tecnologia na China, marcados pelas autoridades assumindo o controle de um setor poderoso e mal regulamentado.
A Alibaba havia sido em 2020 a primeira empresa a sofrer a vingança do poder.
Volta do parafuso e finos
As autoridades então pararam in extremis o que deveria ter se tornado uma das maiores arrecadações de fundos da história (US$ 34 bilhões) para sua ex-subsidiária Ant Group, dona do Alipay, um sistema de pagamento por telefone muito popular na China.
No mês seguinte, o Alibaba foi investigado por impedir a concorrência e condenado a uma pesada multa (US$ 2,54 bilhões).
Essas medidas marcaram o início de um aperto brutal das regulamentações no setor de tecnologia, que penalizou severamente a lucratividade dos gigantes digitais.
No mês passado, o regulador multou o Ant Group em 7,1 bilhões de yuans (cerca de US$ 992 milhões). [M$]) multas por infrações à regulamentação bancária.
Seu concorrente Tencent, também essencial para pagamentos por meio de seu aplicativo de mensagens WeChat, foi multado em quase 3 bilhões de yuans (cerca de US$ 417,92 milhões).
Essas convicções parecem ter marcado o epílogo dos retrocessos do setor.
Depois de ter abusado dela, o governo chinês reafirma agora o seu apoio à economia digital, importante fonte de crescimento e potencial de emprego, num momento em que a economia está sob pressão.
Mas o setor ainda não recuperou o dinamismo anterior.
Sinal das dificuldades, a força de trabalho do Alibaba encolheu em mais de 17 mil funcionários, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.