Na verdade, a raiva sempre esconde uma emoção particular… (Foto: Engin Akyurt para Unsplash)
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P. – “Outro dia, um colega surtou no escritório. Foi realmente impressionante, para não dizer assustador. Eu não estava preocupado, mas isso me assustou. Se isso acontecesse de novo, o que eu poderia fazer para acalmar as coisas? – Robin
R. – Querida Robine, não sei se é bom se envolver em uma disputa que não diz respeito diretamente a você. Nunca se sabe, isso pode piorar as coisas. Dito isso, posso lhe contar uma maneira simples e eficaz de acalmar alguém com raiva caso você esteja diretamente preocupado.
Douglas Noll é um advogado e mediador americano que trabalhou com prisioneiros encarcerados em prisões de alta segurança. Em 2017, ele escreveu um livro chamado “De-Escalate: Como acalmar uma pessoa com raiva em 90 segundos ou menos” (Simon & Schuster) no qual apresenta um método para se acalmar que, segundo ele, leva menos de 90 segundos para ser concluído. ter efeito. Este é apresentado em três etapas.
1. Ignore palavras faladas
Em uma emergência, nosso cérebro tem o reflexo de se concentrar em uma coisa e apenas uma coisa, explica ele. Diante de alguém com raiva, isso nos leva a focar no que o outro está dizendo, ou melhor, gritando. O problema é que isso não é o mais importante, pelo menos se nosso objetivo é acalmar essa pessoa rapidamente.
Daí o interesse de ignorar as palavras ditas. Dizer que não importa as palavras usadas, elas servem apenas para expressar o que vemos de qualquer maneira: raiva. Até porque, muitas vezes, as palavras então ultrapassam o pensamento, e com um pouco de retrospectiva a pessoa irritada acaba se desculpando pelas palavras ofensivas que possa ter proferido.
Em suma, não há informações relevantes para procurar. Melhor focar em outra coisa, ou seja, a verdadeira emoção escondida por trás desse golpe de sangue.
2. Identifique a emoção oculta
Segundo Douglas Noll, a raiva traduz, na verdade, uma das seis emoções a seguir: exasperação, medo, ansiedade, repulsa, humilhação ou mesmo o sentimento de abandono ou rejeição. Cabe, portanto, a nós, como seres fundamentalmente empáticos, apontar nosso “radar emocional” para a pessoa com raiva e identificar qual dessas emoções é a fonte do derramamento de sangue.
3. Aja como um espelho
Uma vez identificada essa emoção de forma, digamos, instintiva, temos que validar a informação. Isso pode ser feito em um piscar de olhos, simplesmente agindo como um espelho: basta dizer uma frase na segunda pessoa, de forma calma, como “Você está desapontado” ou “Você está exasperado”.
Dois cenários podem então ocorrer. Ou o seu interlocutor confirmará a sua intuição: “Sim, estou desapontado, e não quase!”. Ou ele vai te corrigir: “Não, não estou exasperado, estou preocupado, muito preocupado!”
Observe que você não deve fazer sua afirmação usando o “eu”, pois isso pode se voltar imediatamente contra você. Por exemplo, se você disser “Acho que você está desapontado”, isso pode voltar para você com uma frase como “Sim, bem, mais uma vez, você está completamente errado, não estou desapontado, estou furioso por sua incapacidade de entender o que estou lhe dizendo! E você nem saberá qual é a verdadeira emoção escondida…
O autor resume esse importante ponto com uma frase clara: “É fundamental tirar o ego da equação”, enfatiza.
Bom. Agora que você conhece a emoção oculta, o que precisa fazer para neutralizar a raiva do seu interlocutor? Bem, você só precisa … abrir os olhos.
Uma vez pronunciada a frase correta do espelho (“Você está decepcionado”, o que seu interlocutor imediatamente confirma, mesmo que seja veemente), o colérico exibirá inconscientemente sinais que atestam a súbita diminuição da intensidade de seu golpe de sangue. Você precisa captar esses sinais, concentrando-se apenas neles.
– Sim. Finalmente, sentindo-se compreendido, a pessoa com raiva deslizará um ou mais “sim” em seu fluxo verbal. Aproveite a chance de estabelecer uma ponte entre vocês dois, um portal que permite um diálogo racional e razoável.
– Ombros caídos. Uma pessoa com raiva está sempre tensa, com ombros retos e altos. No instante em que o derrame diminui, os ombros tendem a cair. É o sinal de uma certa diminuição da raiva e, portanto, que você pode iniciar o diálogo.
– Suspirar. A respiração daquele que está com raiva é sempre irregular. Mas assim que se acalma, um ou mais suspiros escapam aqui e ali. Este sinal indica que pode ser apropriado iniciar um diálogo.
Então. Tudo isso geralmente acontece em um minuto e meio. É rápido e eficiente. E é mesmo assim que vai impressionar você mesmo, na primeira vez que usar esse método.
Como observa Douglas Noll, “desarmar uma situação tensa, além de evitar problemas desnecessários, contribui para criar um clima de trabalho onde haja maior benevolência e mais empatia”. Em outras palavras, sua intervenção pode ser realmente benéfica para todos.
A propósito, o escritor franco-marroquino Tahar Ben Jelloun disse em entrevista à revista liras: “Um homem zangado é um homem que não soube dizer não e sente, além disso, remorso por não o ter feito”.