CastLabs, empresa de Digital Rights Management (DRM) com sede em Amsterdã, introduzido o que parece é o próximo passo na proteção de conteúdo por meio de uma nova técnica, apelidada de “produção de água forense de quadro único“. O conceito por trás do sistema DRM é aproveitar a “solução Video Toolkit” baseada em nuvem da empresa, que processa e protege o conteúdo carregado (como vídeo, imagens e documentos) adicionando “marcas d’água ajustáveis”, que são então redistribuídas juntamente o conteúdo (agora com marca d’água e monitorado).
A ideia básica do serviço é que ele pode ser aplicado de forma independente ou juntamente com outros mecanismos de proteção DRM, oferecendo uma camada adicional de segurança “ajustável” para qualquer conteúdo confidencial. Quando o conteúdo é carregado por meio da solução hospedada na AWS da empresa, o software da empresa incorpora secretamente informações de identificação em cada quadro “criando IDs exclusivos de marca d’água, [and] escondendo-os estrategicamente dentro de quadros de vídeo ou outros recursos digitais visuais.” No entanto, não está claro quão estratégico é esse esconderijo: a empresa diz que, pelo menos para streaming de vídeo, seu serviço marca d’água “cada quadro inteiramente”, o que significa que deve ser incluído redundâncias em como os dados são codificados nos quadros.
De acordo com a empresa, um único quadro que foi tratado com sua tecnologia de “marca d’água forense” é tudo o que é necessário para recuperar as informações de direitos autorais originais – mesmo ao tentar recuperar dados de uma foto ou vídeo capturado na tela do computador (uma das maneiras de derrotar as proteções baseadas em metadados). De acordo com a empresa, esse recurso de “extração cega” (em que o software detecta marcas d’água existentes sem saber se o arquivo de origem as contém ou não) é um de seus diferenciais na cena de proteção de conteúdo. A capacidade de seu recurso de marca d’água sobreviver à conversão digital para analógico também é relativamente impressionante.
A ferramenta parece ser mais voltada para casos de uso de espionagem empresarial e industrial. As empresas de tecnologia, por exemplo, costumam distribuir informações avançadas sobre produtos inéditos para jornalistas, influenciadores e parceiros de distribuição, fornecidas sob os termos do que é conhecido como não divulgação. Mas, como atesta a existência de vazamentos, até mesmo a existência de marcas d’água físicas e de uma lista de distribuição pode levar a vazamentos – assim que a informação sai de sua origem, a Internet se encarrega de distribuí-la. A solução da empresa visa aliviar imensamente esse problema.
Não está claro quando e se essa tecnologia pode ser usada para outras mídias. Por exemplo, essa tecnologia poderia ser aplicada a compilações internas de jogos ou a lançamentos de jogos de ouro? Se essa tecnologia chegar aos jogos, pelo menos teoricamente, qualquer pessoa que “transmitir” uma versão pirata de um jogo poderá ser pega desprevenida pelo detentor dos direitos digitais. A ideia aqui pode ser incluir uma verificação executável que verifique o licenciamento online do jogo em questão, ativando a marca d’água em caso de falha. Para ser claro, isso não está acontecendo aqui e nada diz que acontecerá. Mas com as empresas de jogos em particular na vanguarda das técnicas de DRM antipirataria, como o Denuvo, parece plausível que esse tipo de “marca d’água forense” viraria algumas cabeças nesse setor.
O tempo vai dizer; mas, por enquanto, parece que a marca d’água por quadro que sobrevive até mesmo às mudanças de mídia chegou. Estamos nos perguntando se as empresas de IA estão analisando essa tecnologia; considerando as dificuldades em separar dados sintéticos de emergentes para treinamento de IA, e a própria promessa dessas empresas de introduzir tecnologia de marca d’água competente em conteúdo produzido por IA, esperamos que eles estejam torcendo o pescoço.