Não saber o que dizer em um happy hour de networking empresarial é constrangedor… (Foto: Volodymyr Hryshchenko para Unsplash)
TRABALHO DANIFICADO! é uma seção onde Olivier Schmouker responde às suas perguntas mais difíceis [et les plus pertinentes] no mundo empresarial moderno… e, claro, nas suas falhas. Um compromisso para ler terças feiras e a Quintas-feiras. você quer participar? Envie-nos sua pergunta para [email protected]
P. – “Admito, sofro sempre que tenho que fazer networking. Nunca sei como iniciar uma discussão ou como mantê-la. Sinto que não tenho nada de interessante a dizer, o que leva outras pessoas a me atacarem rapidamente. Existe um truque para mudar isso? –Florent
R. – Caro Florent, tenho uma boa notícia para você: existe uma solução para o seu problema! Descobri isso no livro “Como falar com todo mundo – Dominando a arte de conversa fiada em 50 dicas muito significativas!” por Leil Lowndes, treinador de comunicação americano. Trata-se simplesmente de apostar no… ecletismo. Explicação.
Vamos imaginar que você está em um happy hour de negócios, as pessoas estão com um copo de bolhas nas mãos, em busca de um contato interessante. Eles navegam de um pequeno grupo para outro, atentos aos assuntos discutidos aqui e ali, prontos para se intrometer caso alguma oportunidade se apresente. E você fica vagando, sem saber o que dizer ou com quem falar.
De repente, alguém acena para você se juntar ao seu pequeno grupo, vendo que você está rondando este há algum tempo. Essa pessoa fala e diz aos outros que sua paixão é o mergulho. E para se enquadrar bem, você acha que está fazendo a coisa certa ao tentar dar seguimento a esse assunto: “Ah sim, você mergulha? Deve ser emocionante. Mas uh… você não tem medo de tubarões?” Mas agora, a sua intervenção é um fracasso. A pessoa em questão ignora a sua intervenção, fingindo não ter ouvido, e continua a sua história dirigindo-se claramente aos outros: “Ano passado, fui à Lagoa Truk, e lá…”
Resultado? Você cora um pouco, toma um gole e sai correndo assim que pode.
Segundo Leil Lowndes, o truque para evitar esse tipo de situação é ter algo relevante a dizer sobre o mergulho. O mesmo, de facto, para todos os assuntos possíveis e imagináveis: filatelia, cozinha oriental, xadrez, flamenco, astronomia, TikTok, geopolítica russa, etc.
Fácil de dizer, você pode dizer. Mas como ter coisas interessantes a dizer sobre, por exemplo, caiaque ou cerâmica? Pois bem, graças a um facto desconhecido: “Só experimentar uma nova actividade dá-te 80% do conhecimento necessário para alimentar uma discussão sobre este assunto”, afirma o treinador americano.
Isso ajuda você a saber quais perguntas fazer e a usar a terminologia correta desde o início da discussão. E assim você saberá o que dizer quando a conversa se voltar para atividades extracurriculares, como sempre acontece no networking.
Continuemos com o exemplo do mergulho. O autor nunca havia mergulhado na vida e um belo dia, de férias nas Bermudas, viu uma placa que dizia: “Mergulho. US$ 25. Não é necessária experiência”. Bastou três horas naquele dia para ele adquirir “a melhor velocidade de conversação com todos os mergulhadores do mundo”.
Ela ouvia atentamente o que os outros participantes do curso diziam, alguns deles já com experiência. Essas questões foram, entre outras:
– “Onde você conseguiu seu certificado?”
– “Você prefere naufrágios ou recifes?”
– “Você usa um medidor de profundidade?”
– “Você já usou uma mesa de descompressão?”
– “Quantos passos você já deu?”
– “Você já teve barotrauma?”
– “Você domina manobras de equilíbrio?”
Isso lhe permitiu aprender o jargão dos mergulhadores e ter um estoque de questões relevantes para aprofundar. “Posso perguntar ao meu interlocutor se ele já esteve em Eilat, Cayman, Cancun. E se eu realmente quiser impressioná-los, posso convidá-los a me explicar o que são as manobras de equilíbrio, que ainda não domino”, diz ela, enfatizando que nunca falha, surge imediatamente uma pequena faísca nos olhos de seu interlocutor, feliz demais por encontrar alguém com quem conversar sobre sua paixão.
O que tudo isso significa? É muito simples, aproveite o seu tempo livre para incrementar as suas experiências extraprofissionais. Vá ver uma exposição de selos. Visite um clube de xadrez para uma aula introdutória. Faça um passeio de balão. Participe de um passeio ornitológico. Entre em um jogo de bilhar. Experimente andar de caiaque. Soltar pipa. “Assim você terá temas de conversa para o resto da vida”, garante Leil Lowndes.
Aliás, o escritor francês Jules Renard disse em seu “Diário”: “É necessário, para manter uma conversa em sociedade, saber uma série de coisas inúteis”.