A ideia é energizar sutilmente o espírito de equipe. (Foto: Jose Aljovin para Unsplash)
TRABALHO DANIFICADO! é uma seção onde Olivier Schmouker responde às suas perguntas mais difíceis [et les plus pertinentes] no mundo empresarial moderno… e, claro, nas suas falhas. Um compromisso para ler terças feiras e a Quintas-feiras. você quer participar? Envie-nos sua pergunta para [email protected]
P. – “Estamos de volta às aulas e minha equipe e eu estamos encarregados de um novo arquivo importante. Temos absolutamente que cumprir a nossa missão. Para isso, preciso aumentar a motivação de todos. Existe um truque para isso?” – Valéria
R. — Querida Valérie, você quer que os membros da sua equipe dêem 110% em um arquivo específico. Tudo bem, então vou mostrar uma maneira de fazer isso, extraída da pesquisa de Leigh Thompson, professora de Gestão e Comportamento Organizacional na Kellogg School of Management em Evanston, EUA.
A sua ideia sobre este assunto é que pode ser bom instituir um “estatuto da equipa”, ou seja, um documento de uma página co-escrito pela equipa. Esta carta deve responder a três questões específicas:
— Qual é a missão da equipe?
— Quais são as funções e responsabilidades de cada um no âmbito desta missão?
— Quais são as regras e padrões que todos devem seguir?
Segundo o pesquisador, tal carta apresenta diversas vantagens:
— O facto de ser co-escrito dá a todos a sensação de que contribuíram para o seu desenvolvimento, o que incentivará todos a respeitá-lo.
— Por ser resultado de um trabalho conjunto, afasta imediatamente a suspeita que alguns possam ter de que alguém esteja tentando torcer o braço para que dêem 110%.
— Estimula a colaboração, que é, como todos sabem, uma chave para o sucesso.
Agora, como redigir a carta? Leigh Thompson acredita que nem todas as equipes são maduras o suficiente para se reunir em torno de uma mesa de reunião e preparar tudo em uma hora. Especialmente porque alguns membros, talvez mais introvertidos que outros, podem hesitar em partilhar as suas ideias por medo de serem criticados ou julgados.
Não, o ideal, considera, é convidar todos a darem as suas respostas às três questões de forma anónima, através de um documento partilhado como o Google Docs. Cada um teria, por exemplo, uma semana para fazê-lo.
Em seguida, o líder é responsável por redigir um rascunho do estatuto com base nas respostas assim obtidas. E organiza uma reunião onde discutiremos o projeto para traçar um documento final, com o qual todos terão concordado.
Uma vez estabelecida a carta, será necessário garantir que ela seja respeitada. Isto pode envolver a realização de mini-reuniões regulares para garantir que todos cumpram as suas obrigações. Por exemplo, todos podem ser convidados a tomar a palavra para contar aos demais o que realizaram desde a última mini-reunião sobre a missão a cumprir.
É claro que o objetivo não é denunciar ou criticar aqueles que não avançam tão rapidamente como deveriam, mas sim destacar o progresso individual e coletivo. Porque “as equipas que percebem que estão de facto a entregar o produto são, em geral, as equipas mais produtivas, as que estão mais motivadas para atingir o objetivo pretendido”, observa o professor da Kellogg.
Estas mini-reuniões beneficiam, portanto, de ser uma oportunidade para destacar o impacto de cada uma no trabalho coletivo. “As pessoas tendem a ficar mais engajadas quando sabem que as horas que dedicam à missão estão fazendo uma diferença real”, diz ela.
Aí está, Valéria. Usar um estatuto de equipe pode ser exatamente o truque que você está procurando para aumentar a motivação de sua equipe como nunca antes. E, portanto, ajudá-lo a caminhar em direção ao sucesso coletivo.
Aliás, o escritor francês Marcel Proust disse em À sombra das donzelas em flor: “não há sucessos fáceis nem fracassos definitivos”.