Arm pretende cotar na Bolsa Eletrônica Nasdaq, pelo menos 95,5 milhões de ações, a um preço entre 47 e 51 dólares. (Foto: Getty Images)
Nova York — A campeã britânica de microprocessadores Arm, subsidiária do japonês SoftBank, tem como meta uma avaliação de até US$ 52 bilhões para seu IPO, que promete ser um dos maiores dos últimos anos no setor tecnológico.
Segundo documentos publicados terça-feira no site da polícia da Bolsa de Valores Americana (SEC), Arm espera arrecadar entre 4,5 e 5,2 bilhões de dólares nesta ocasião. A empresa, referência mundial na arquitetura de semicondutores então fabricados sob licença para quase todo o mercado mundial de smartphones, anunciou no final de agosto a intenção de abrir o capital, privilegiando Nova York em vez de Londres.
Esta introdução ou “IPO” é observada com atenção pelos mercados financeiros, embora operações deste tipo se tenham tornado raras nos últimos meses, nomeadamente sob a influência do aumento das taxas de juro.
O número de introduções no mundo caiu assim mais de 60% em 2022 ao longo de um ano, com quantidades caindo 45%. Nestas condições, a operação da Arm constituiria um dos maiores IPOs do setor tecnológico desde o do Alibaba em Wall Street, em 2014, que arrecadou então 25 mil milhões de dólares.
A meta de avaliação anunciada pela Arm na terça-feira, no entanto, é inferior aos mais de US$ 60 bilhões inicialmente esperados pelo Grupo SoftBank. De facto, o grupo japonês tinha pago recentemente cerca de 16 mil milhões de dólares para adquirir os 25% da Arm que até então eram detidos pela sua unidade Vision Fund.
Acionista majoritário
Em pormenor, a Arm pretende cotar na Bolsa Eletrónica Nasdaq – com uma forte componente tecnológica – pelo menos 95,5 milhões de ações, a um preço entre os 47 e os 51 dólares. Em caso de forte procura, o número de títulos poderá chegar a 102,5 milhões.
O Softbank continuará sendo o acionista majoritário e deverá reter cerca de 90,6% das ações. Esta percentagem cairá para 89,9% se a procura for forte e o número de títulos cotados aumentar para 102,5 milhões.
Muitos gigantes da tecnologia como Nvidia, Apple, Samsung Electronics e Intel estariam na fila para investir na Arm assim que a empresa fosse listada, segundo a imprensa.
A Arm manterá sua sede em Cambridge e poderá considerar uma segunda listagem na Bolsa de Valores de Londres, onde esteve listada até sua aquisição pelo Softbank em 2016.
Fundada em 1990, a empresa britânica conta com cerca de 6.000 funcionários na Europa, Ásia e Estados Unidos. Sua receita para 2022 ficou estável em US$ 2,7 bilhões.
Os seus processadores “forneceram computação avançada a mais de 99% dos smartphones em todo o mundo” até 2022, diz ela, estimando que “cerca de 70% da população mundial utiliza produtos” baseados na sua tecnologia.
O Grupo SoftBank, gigante de investimentos japonês, tem enfrentado muitas dificuldades em suas orientações nos últimos anos, como com a gigante americana de escritórios compartilhados WeWork. Ele havia anunciado sua intenção de reintroduzir a Arm na bolsa após o fracasso, no início de 2022, da venda da britânica para a americana Nvidia devido a “obstáculos regulatórios significativos”.
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