Ser curioso vai muito além do simples interesse em aprender coisas novas, segundo Scott Shigeoka. (Foto: 123RF)
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ACORDAR DE MANHÃ. Nem é preciso dizer que a curiosidade dos seus colaboradores é uma qualidade que traz grandes virtudes para a sua organização. No entanto, isso vai muito além do simples interesse em aprender coisas novas, acredita o autor e consultor Scott Shigeoka: é também uma ferramenta poderosa para criar conexões.
Gestores que não conseguem enxergar essa diferença, ou que apenas cultivam a capacidade dos membros de sua equipe de se aprofundarem em diferentes temas – o que, aliás, torna a empresa mais inovadora – estão perdendo uma oportunidade de ouro para aumentar sua taxa de retenção.
Ao usar a curiosidade para esse fim, ao focar em trocas que vão “mais profundas que a superfície”, pode solidificar as relações de trabalho, promover uma melhor compreensão de si mesmo como líder e ajudá-lo a administrar conflitos ou ansiedade no escritório”, escreve ele. em um artigo da Harvard Business Review.
Quando estudou o que chama de “curiosidade profunda” no Greater Good Science Center, um instituto de pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley, descobriu que os gestores poderiam implementá-la em sua cultura organizacional adotando quatro princípios: aceitar não saber tudo, prestar atenção aos companheiros, reconhecer que são seres multidimensionais e ter interesse no que todos têm a dizer.
“Humildade intelectual”
Ao falar com empresas da Fortune 500, Scott Shigeoka observa que “muitos líderes têm medo de dizer ‘não sei’, medo de perder credibilidade, de parecerem mal equipados para realizar o seu trabalho”. Pelo contrário, ele acredita.
Os líderes que reconhecem não ter conhecimentos completos não só parecem mais competentes aos olhos dos seus colegas, segundo investigadores americanos e alemães, como também aumentam a sua estima. Seus funcionários sentirão que podem confiar em você e que você está aberto às ideias de outras pessoas.
Depois de ter demonstrado “humildade intelectual”, o gestor deve acompanhar o seu interlocutor, procurar aprender mais para incentivar a “participação, colaboração e resolução de problemas”, aconselha o autor do livro “Busque: Como a Curiosidade Pode Transformar a Sua Vida e Mudar o mundo.
Segure os postes esticados
Scott Shigeoka também recomenda implementar um hábito nos negócios que faz pequenos milagres em um relacionamento: agarrar-se aos postes definidos pelo seu parceiro, ou neste caso, pelo seu funcionário.
Assim, quando um funcionário diz que o que está aprendendo sobre um determinado assunto o fascina, ou que sua agenda de trabalho está lotada, um gestor deve pedir-lhe que lhe conte mais. Caso contrário, são oportunidades perdidas de solidificação do relacionamento ou do vínculo de confiança, e isso pode prejudicar a organização, alerta o especialista.
“Isso pode reduzir o esgotamento e o estresse dos funcionários, e […] aumentar a criatividade e a inovação”, escreve ele.
Mais que um trabalhador
Mostrar curiosidade também permite reconhecer quando a carga de trabalho de um funcionário está afetando sua vida pessoal. Tais “conflitos” afetam o desempenho e a produtividade do seu pessoal e reduzem a sensação de segurança psicológica, o que acaba por aumentar a rotatividade.
Daí a importância de reconhecer que o que acontece fora do 9@5 terá inevitavelmente repercussões na vida profissional.
Abra suas vendas
“O local de trabalho contemporâneo não só está mais interessado em respostas do que em perguntas, mas também tem ideias pré-concebidas sobre quem tem essas respostas”, denuncia Scott Shigeoka.
Tal como a Pixar, o estúdio de animação americano ao qual devemos muitos avanços tecnológicos no cinema, as empresas deveriam voluntariamente perguntar-se quem dentro da organização poderia ter um ponto de vista, uma leitura diferente da situação, que pudesse levar a reflexão mais longe.
Ao adotarem eles próprios estes quatro princípios, os gestores demonstrarão os benefícios da “curiosidade profunda” e inspirarão os membros da sua equipa a seguirem o exemplo. “E é assim que se constrói uma cultura”, lembra Scott Shigeoka.