Pesquisadores americanos e alemães analisaram a contribuição de cada função e de cada jogador para o sucesso das equipes entre 2014 e 2019 na Bundesliga, a maior liga de futebol da Alemanha. (Foto: Getty Images)
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ACORDAR DE MANHÃ. No campo de futebol, quem você acha que ocupa a posição mais importante: os atacantes, os zagueiros, o goleiro ou o técnico?
Para responder a esta questão, investigadores americanos e alemães analisaram a contribuição de cada função e de cada jogador para o sucesso das equipas entre 2014 e 2019 na Bundesliga, a maior liga de futebol da Alemanha.
Surpresa! De acordo com os resultados da sua investigação publicados no Revisão de gerenciamento do MIT Sloan, os jogadores que ocupam posições defensivas são os que mais influenciam o resultado dos jogos. No entanto, estes atraem muito menos atenção dos admiradores do que os atacantes extravagantes.
É seguro apostar que um fenômeno semelhante é observado nas empresas, dizem Boris Groysberg da Harvard Business School, Eric Lin do Oberlin College and Conservatory, Abhijit Naik da Quent Capital e Sasha L. Schmidt da WHU-Otto Beisheim School of Management. “Todas as organizações têm a mesma probabilidade de ter os seus próprios papéis subvalorizados”, escrevem.
Para identificar quais são os seus “talentos ocultos”, ou mesmo as funções que influenciam mais o seu desempenho do que você imagina, a análise de dados pode fazer pequenos milagres, segundo eles. As equipes de gestão ainda devem estar dispostas a serem surpreendidas pelos resultados que poderão advir.
Cada vez mais empresas investem em sistemas que lhes permitam medir o desempenho de cada um dos seus departamentos. Porém, para obter precisão, a análise deve ser feita de forma mais granular e levar em consideração cada um dos indivíduos que a compõem.
Os pesquisadores recomendam que os gestores ousem mudar os funcionários de sua equipe, ou mesmo de cargo, se for o caso: segundo eles, tais movimentos permitem entender melhor a forma como cada função contribui para o desempenho da equipe e saber quais são os melhores ativos.
Observe que com o tempo, a importância de cada função pode evoluir, daí a importância de realizar tal exercício com frequência.
Confie nos dados
Normalmente, as organizações constroem a sua estratégia com base nos colaboradores e talentos que já possuem. No entanto, eles deveriam fazer o oposto.
Graças à análise realizada previamente, poderão identificar as posições-chave para um bom desempenho e as competências que lhes estão associadas. Eles terão então que preencher essas funções com os melhores talentos à sua disposição.
Ao pensar primeiro no cargo e depois no talento que o ocupa, a empresa garantirá a construção de uma estratégia mais sólida, acreditam os autores da pesquisa.
Estes últimos acreditam que a antiguidade e o CV ocupam um lugar demasiado importante no mercado de trabalho atual. Isto impede que os responsáveis pelo recrutamento compreendam plenamente as competências exigidas para um cargo vago.
Ao identificar claramente as competências necessárias para preencher uma posição-chave, será mais fácil para as empresas contratar, reter ou mesmo formar funcionários.
As empresas também não devem esquecer o contributo fundamental da sua equipa de gestão. Ao considerar toda a estrutura de um time de futebol, os pesquisadores descobriram que os treinadores ocupavam a terceira posição mais influente no desempenho de um time.
Quando são feitas mudanças significativas na estrutura da organização – por exemplo, dando maior importância a determinadas funções – é essencial que sejam apoiadas pela gestão. “Isto é particularmente importante quando uma mudança de estratégia exige o fortalecimento de talentos num papel crítico que tem sido historicamente subvalorizado”, argumentam os investigadores.