“O código de ética aplica-se no exercício do seu cargo e permite a utilização de bens e serviços do Estado para o exercício do seu cargo, o que exclui atividades partidárias”, explicou terça-feira a comissária de ética da Assembleia Nacional, Ariane Mignolet. (Foto: Imprensa Canadense)
Com as páginas do Facebook dos governantes eleitos a tornarem-se mais partidárias pouco antes das eleições, a Comissária de Ética da Assembleia Nacional, Ariane Mignolet, quer analisar a utilização das redes sociais pelos deputados.
“O código de ética aplica-se no exercício do seu cargo e permite a utilização de bens e serviços do Estado para o exercício do seu cargo, o que exclui atividades partidárias”, explicou ela terça-feira, diante de governantes eleitos, durante consultas especiais sobre o seu relatório visando em reforçar os critérios para conflitos de interesses.
Observe que este relatório não aborda especificamente as redes sociais. A Sra. Mignolet indicou que elas poderiam ser objeto de recomendações em seu próximo relatório, que será apresentado em aproximadamente um ano. “É um assunto que estou investigando, mas não estou pronta para tirar conclusões”, disse ela.
“Vemos que quanto mais nos aproximamos de um período eleitoral, mais os conteúdos se misturam e fica difícil separar as coisas”, sustenta o comissário.
Segundo ela, um cidadão que segue um eleito no Facebook, por exemplo, pode ter dificuldade em saber se está a falar como representante de um círculo eleitoral, como ministro ou mesmo como líder de um partido político.
“Atualmente, o Código não prevê disposições específicas para as redes sociais, mas aplica-se a todas as comunicações realizadas no exercício do cargo de Deputado, incluindo as comunicações online”, especifica a assessora de comunicação do gabinete do Comissário de Ética, Anne- Sophie St-Gelais.
A Comissária de Ética da Assembleia Nacional também ficou encantada por finalmente ser ouvida pelos parlamentares do Quebeque, quatro anos depois de apresentar o seu relatório.
Ela reiterou que deseja que o treinamento em ética se torne obrigatório para os governantes eleitos. Ariane Mignolet lamenta que os deputados da Assembleia Nacional não estejam suficientemente conscientes e informados sobre as questões éticas que lhes dizem respeito.
Thomas Laberge, imprensa canadense