Os desenvolvedores do Lego Fortnite garantiram que todas as estruturas construídas no jogo pudessem ser replicadas no mundo real com peças de Lego. (Foto: 123RF)
A líder mundial em brinquedos Lego e a editora de videogames Epic Games lançaram na quinta-feira Lego Fortnite, uma versão da plataforma para centenas de milhões de jogadores, o que deverá permitir aos dois parceiros expandir seus respectivos públicos.
De acesso gratuito e aberto como seu antecessor, o jogo utiliza muitos dos códigos visuais de Fortnite, mas com personagens Lego, além de materiais de construção e ferramentas derivadas diretamente do mundo da marca dinamarquesa.
Acontece em um universo semelhante ao do jogo lançado em 2017, mas em um espaço que representa 19 vezes a área da ilha de Fortnite.
Além da estética Lego, o principal diferencial está no modo de jogo: saída do “Battle Royale”, formato em que você deve eliminar os demais jogadores e ser o único sobrevivente para vencer, em uma ilha que vai diminuindo gradativamente. Foi substituído aqui por duas versões.
Uma chamada “sobrevivência” em que o jogador deve construir e prosperar num mundo povoado por lobos gigantes e esqueletos assassinos, a outra chamada “caixa de areia”, sem elemento hostil, que visa particularmente os mais jovens.
Lego Fortnite é a primeira grande conquista conjunta da Lego e da Epic Games desde o anúncio, em abril de 2022, do grupo dinamarquês e da aquisição pela Sony de uma participação no capital da editora Cary (Carolina do Norte), por dois mil milhões de dólares.
Os desenvolvedores do Lego Fortnite garantiram que todas as estruturas construídas no jogo pudessem ser replicadas no mundo real com peças de Lego.
“Estamos criando uma ponte entre os mundos físico e digital, o que, de certa forma, nunca foi feito”, explica Julia Goldin, diretora de marketing da fabricante de brinquedos, à AFP. “E isso é apenas o começo.”
O dirigente vê isso como uma oportunidade para o grupo “convidar muito mais jogadores online para testar o mundo físico dos tijolos de Lego”.
A Lego já tem presença significativa nos videogames, com títulos como “Ninjago” ou “Lego Star Wars”.
Mas isso é para o grupo pisar no famoso metaverso, universos digitais paralelos onde as possibilidades de brincadeira e criação são cada vez mais amplas.
“Isso atrairá muitas crianças, mas também adolescentes e adultos”, antecipa, por sua vez, Adam Sussman, presidente da Epic Games.
“Há espaço”
Por muitos aspectos, nomeadamente o facto de se tratar de um universo dito persistente (que continua a existir mesmo quando um jogador o abandona), Lego Fortnite apresenta-se como rival de referências como Minecraft ou Animal Crossing.
“Achamos que, para a indústria, é ótimo ter vários sucessos, e não apenas um”, considera Adam Sussman.
“Quando um gênero é muito popular como esse, há espaço”, continua. “Queremos oferecer às pessoas que amam esse estilo uma versão ainda mais inovadora.”
Assim como Fortnite, este novo jogo está disponível para console, PC e smartphone por meio de aplicativos de jogos online. No entanto, não está acessível nas lojas Apple (App Store) e Google (Google Play). Esta ausência está ligada a uma disputa entre a Epic Games e as duas gigantes tecnológicas.
A editora critica a Apple e a Google, que dominam o ecossistema global de smartphones, por imporem a utilização das suas plataformas de download e dos seus sistemas de pagamento, com comissões demasiado elevadas (30%).
Atualmente, há um processo civil entre a Epic Games e o Google no tribunal federal de São Francisco.
“Continuaremos a trabalhar para criar ecossistemas abertos em dispositivos móveis, que permitam que nossos produtos e serviços cheguem ao maior número de pessoas possível, de uma forma que seja justa para desenvolvedores e jogadores”, disse Adam Sussman.
Economicamente, as receitas do Lego Fortnite virão das compras feitas no jogo, como Fortnite, explicou Adam Sussman.
Para jogadores registrados com menos de 13 anos, a Epic Games não permite compras no jogo.