Os usuários do Messenger já podiam escolher esta opção, mas agora ela está definida por padrão. (Foto: 123RF)
A Meta começou a criptografar de ponta a ponta “todas as conversas e chamadas pessoais no Messenger e no Facebook”, assim como no WhatsApp, para torná-las mais confidenciais, apesar da oposição de muitos governos.
Este tipo de criptografia tornará as trocas privadas de mensagens e da plataforma “ainda mais confidenciais e seguras”, argumentou o gigante da mídia social na quarta-feira em um comunicado à imprensa.
“Isso significa que ninguém, incluindo Meta, pode ver o que é enviado ou dito, a menos que você opte por nos reportar uma mensagem”, detalhou o grupo americano.
Os usuários do Messenger já podiam escolher essa opção, mas agora ela está definida por padrão, como no WhatsApp, serviço de mensagens adquirido pela empresa californiana em 2014.
A atualização também contém recursos adicionais, incluindo a capacidade de editar mensagens e imagens (fotos e vídeos) de maior qualidade.
Os governos se opõem
Essa implantação, anunciada há anos, ocorre no momento em que várias autoridades se opõem à criptografia ponta a ponta em aplicativos Meta.
Querem que o sistema judicial do seu país seja capaz de recuperar os e-mails, mensagens instantâneas e fotos trocadas, essenciais no contexto das investigações criminais.
Em Setembro, o governo britânico instou o grupo californiano a não tomar medidas sem medidas de segurança “robustas” para proteger as crianças da exploração sexual.
O governo teme que isto impeça a polícia de detectar violência contra crianças como faz atualmente, em particular através de relatórios de mensagens.
A empresa garantiu que continuaria “a fazer mais denúncias às autoridades policiais do que os nossos pares, graças ao nosso trabalho líder no setor”.
Na quarta-feira, o estado norte-americano do Novo México apresentou uma queixa contra a Meta, acusando as suas plataformas de promoverem o crime infantil, desde pornografia infantil a algoritmos de recomendação e solicitações criminais.
Por outro lado, no final de novembro, o governo francês pediu aos gabinetes ministeriais que substituíssem os serviços tradicionais de mensagens, como o WhatsApp ou o seu concorrente Signal, pelo Olvid, uma aplicação desconhecida do público em geral que considera mais segura.
Criado em 2019 por especialistas franceses em segurança cibernética, o Olvid não criptografa apenas mensagens de ponta a ponta, mas também metadados (quem fala com quem e quando).
“Projetamos nossa criptografia ponta a ponta com base em princípios criptográficos sólidos, como o protocolo Signal e nosso próprio protocolo, Labyrinth”, enfatizou Meta na quarta-feira.