O CEO da Intel, Pat Gelsinger, destacou que apesar da Lei de Moore ainda estar presente na indústria de semicondutores, o ritmo de dobragem dos transistores vem desacelerando. Durante uma palestra no Manufacturing@MIT (vídeo abaixo), o CEO reconheceu que agora os transistores dobram a cada três anos, um ritmo significativamente mais lento do que os dois anos previstos pela Lei de Moore. Apesar disso, Gelsinger delineou estratégias para acompanhar a cadência original da Lei de Moore.
Proposta por Gordon Moore, cofundador e CEO da Intel, em 1970, a Lei de Moore afirmava que a contagem de transistores para chips dobraria a cada dois anos, devido à crescente densidade de novos nós e à capacidade de criar chips ou matrizes maiores. No entanto, nos últimos anos, a indústria de semicondutores tem enfrentado um ritmo mais lento do que o previsto pela Lei de Moore, levando alguns a considerar a sua obsolescência.
Desde que assumiu o cargo de CEO em 2021, Gelsinger tem afirmado que a Lei de Moore “está viva e bem”. Ele até mencionou que a Intel poderia superar o ritmo estipulado pela Lei de Moore até 2031, promovendo a “Lei Super Moore” e destacando estratégias como o uso de tecnologias de empacotamento de chips 2,5D e 3D, como Foveros. A Intel também se referiu a essa estratégia como “Lei de Moore 2.0”, e a AMD também apontou para um ritmo mais lento da Lei de Moore em sua estratégia.
Questionado sobre o possível término da Lei de Moore durante a palestra no MIT, Gelsinger afirmou: “Acho que temos declarado a morte da Lei de Moore há cerca de três a quatro décadas”. No entanto, reconheceu a desaceleração do ritmo de dobragem dos transistores, especificando que agora é mais difícil alcançar o aumento previsto pela Lei de Moore, levando efetivamente mais perto de três anos para dobrar, em vez de dois.
Apesar dessa aparente desaceleração, Gelsinger afirmou que a Intel poderia criar um chip de 1 trilhão de transistores até 2030, mesmo com os processos mais recentes apresentando melhorias de densidade mais fracas e demorando mais para chegar. Ele destacou que quatro avanços tecnológicos tornaram isso possível: novos transistores RibbonFET, fornecimento de energia PowerVIA, nós de processo de próxima geração e empilhamento de chips 3D. Ele enfatizou que a Intel não está encerrando seus esforços, apesar dos desafios econômicos associados à Lei de Moore.
Por fim, Gelsinger admitiu que o lado econômico da Lei de Moore está em colapso, pois o custo de uma fábrica moderna aumentou significativamente nos últimos anos. No entanto, ele encerrou sua resposta afirmando que a Intel vai continuar a inovar: “Para todos os críticos que declaram que estamos mortos… até que a tabela periódica se esgote, não terminamos.”