Mudar o ambiente de trabalho está ao alcance de cada um de nós. (Foto: Jared Sluyter para Unsplash)
TRABALHO MALDICIONADO! é uma seção onde Olivier Schmouker responde às suas perguntas mais interessantes [et les plus pertinentes] sobre o mundo empresarial moderno… e, claro, as suas deficiências. Marcação para ler o terças feiras e a Quintas-feiras. você quer participar? Envie-nos sua pergunta para [email protected]
P. – “O ambiente no escritório é bastante monótono, obrigado. O que posso fazer para melhorar isso, sabendo que não sou gestor? –Houda
R. – Caro Houda, você não precisa ter um cargo oficial de liderança para contribuir ou mesmo criar um bom ambiente de trabalho. A liderança é acima de tudo um estado de espírito e não uma função a ser assumida por obrigação contratual. Portanto, você pode muito bem desempenhar um papel importante na mudança do ambiente de trabalho.
Como prova, tenho três conselhos a esse respeito que me parecem sábios. Eles vêm de Bruce Daisley, apresentador do podcast “Eat Sleep Work Repeat” e autor de vários livros, incluindo “The Joy Of Work”. Vamos ver isso juntos…
1. Identifique limites confusos
No trabalho, temos limites, para não dizer proibições: por exemplo, a obrigação tácita de responder a um e-mail do chefe antes de poder sair para o almoço, ou a proibição mais ou menos explícita de voltar para casa por hora. mais cedo do que o normal, mesmo que todas as tarefas do dia tenham sido concluídas. E casualmente, estes limites podem contribuir para prejudicar o nosso prazer de viver no trabalho e, portanto, prejudicar o ambiente de trabalho.
Daí o interesse em identificar os “limites difusos”, aqueles que lhe deixam uma certa margem de manobra e com os quais você pode aproveitar para melhorar não só o seu dia a dia no trabalho, mas também o ambiente em que todos trabalham.
Pense no que influencia o seu bem-estar no trabalho e faça uma lista exaustiva. Digamos, por exemplo, que você gosta de plantas verdes, mas não há nenhuma em seu escritório. Outro exemplo: você gosta de rir, mas sente que isso é mal visto pela sua organização, cuja imagem de marca é baseada na seriedade e no profissionalismo.
Resumindo, faça uma lista das “pequenas coisas” que arruínam sua vida no trabalho.
2. Faça uma pequena mudança com grande impacto potencial
Depois que a lista estiver feita, identifique uma “pequena coisa” na qual você possa ter influência. Pode ser como tirar uma planta verde de sua casa e colocá-la em sua mesa: no dia em que um chefe notar e parabenizá-lo, mencione-lhe de passagem que estudos científicos mostram que ela tem uma série de efeitos positivos para o trabalho (aqui e aqui). Quem sabe? Isso pode lhe dar a ideia de comprar alguns e instalá-los em todos os lugares, o que ajudaria a mudar a atmosfera do escritório.
Bruce Daisley conta uma anedota sobre isso. Um dia, conheceu uma recepcionista que conseguiu mudar o ambiente de trabalho da organização em que acabara de ingressar, ao perceber que estava no pior local de trabalho que já havia vivido: ninguém conversava nem ria com os outros. Ela enviou um e-mail para todos que dizia simplesmente “Nesta quinta, às 16h30, vai acontecer na sala de reunião”. Quando chegou a hora, ela comprou algumas batatas fritas, colocou-as em pratos de papel e tocou uma música ambiente. As pessoas vinham, serviam-se e iam imediatamente para as suas secretárias. Na semana seguinte, ela fez novamente da mesma forma, mas desta vez disfarçando-se de uma caixa de batatas fritas. As pessoas voltaram, riram e ficaram um pouco. Desde então, às 16h30 de quinta-feira tornou-se uma tradição que ninguém quer perder: todos perceberam como é agradável conversar e relaxar com os colegas.
3. Concentre-se na conectividade
Segundo Bruce Daisley, um bom ambiente de trabalho se baseia na rede de conexões entre os trabalhadores. É preciso que seja rico e bem nutrido: as informações, assim como as emoções, devem fluir de forma fluida e harmoniosa entre si.
Em outras palavras, é importante cultivar a conexão dentro da sua organização, Houda. Conectividade? Este é o princípio de que os seres humanos só evoluem de forma saudável se formarem conexões frutíferas entre si.
“Todos devem sentir-se ligados aos outros e, melhor, apoiados por aqueles que os rodeiam”, observa o autor de “The Joy Of Work”. Isso pode acontecer desde que nós mesmos façamos um esforço para nos conectarmos com outras pessoas e ajudá-las quando surgir a necessidade.
Daí a necessidade de cultivar sua rede de conexões dentro de sua organização, Houda. E para mostrar bondade a todos. Em todos os momentos. Isto pode ser feito de mil e uma maneiras: tenha interesse sincero pelos seus colegas; diga “obrigado” quando um deles lhe fizer um pequeno favor; parabenize os outros quando eles fizerem uma boa jogada; etc.
Aí está, Houda. Melhorar o ambiente de trabalho está ao alcance de cada um de nós. Requer apenas imaginação e perseverança.
Aliás, o poeta espanhol Gabriel Celaya disse em “E o resto é silêncio”: “Os homens não são deuses nem feras: são os pequenos artesãos de um sistema e de um bem-estar”.