A Coreia do Norte sinalizou que pretende romper o seu compromisso constitucional de décadas de prosseguir uma unificação pacífica com o Sul, informa o Imprensa associada, e também afirmou que a Coreia do Norte não hesitaria em “aniquilar” o Sul se fosse provocada. O aumento da retórica beligerante ocorre à medida que a nação comunista coopera mais estreitamente com a Rússia e a China, e a Coreia do Sul coopera com as sanções dos EUA e participa em exercícios militares dos EUA.
Como tal, as preocupações sobre a concentração da produção de IC de memória na Coreia do Sul começaram a crescer. A Coreia do Sul é o maior produtor mundial de memória, com a Samsung e a Sk hynix se unindo para fornecer 73% do fornecimento global de DRAM usado para produtos de memória e 51% do fornecimento NAND usado para fabricação de SSDs. Isto levanta sérias preocupações depois de o líder norte-coreano Kim Jong Un ter dito que o seu país não prosseguirá mais a reconciliação pacífica. Kim apelou a uma reescrita da Constituição para eliminar o princípio do Estado partilhado e declarar o Sul como um adversário permanente.
Durante uma reunião na segunda-feira, no que a AP News chama de parlamento norte-coreano, Kim aboliu três agências governamentais que foram criadas para facilitar um processo de reunificação pacífica com o Sul. O Comité para a Reunificação Pacífica do País (fundado em 1961), o Gabinete Nacional de Cooperação Económica e a Administração Internacional de Turismo foram todos abolidos.
Provavelmente o mais alarmante é que Kim apelou à Assembleia Popular Suprema da Coreia do Norte para alterar a constituição para definir a Coreia do Sul como o “inimigo principal e invariavelmente principal inimigo” do país. A AP News relata que Kim solicitou que a nova constituição especificasse que a Coreia do Norte se esforçará em “ocupar, subjugar e recuperar” a Coreia do Sul em caso de guerra. Kim também afirmou que a Coreia do Norte não hesitaria em “aniquilar” o Sul se fosse provocada.
Se parece que a península coreana pode estar à beira da guerra, vale a pena considerar outros aspectos do discurso de Kim, como quando reiterou que o Norte não iniciará uma guerra unilateralmente. Além disso, embora os rumores de guerra nuclear encham, com razão, de pavor os observadores, o Sul vive sob esta ameaça há muitos anos, e é uma estratégia totalitária comum concentrar as mentes nos inimigos além-fronteiras. Também poderia acontecer que uma reformulação oficial dos inimigos pudesse beneficiar os dramas internos – dando aos redatores de propaganda material novo com que trabalhar.
Voltando ao tópico dos chips de memória, o governo da Coreia do Sul acaba de revelar planos relativos a investimentos de 622 triliões de won (471 mil milhões de dólares) até 2047. O financiamento deverá ajudar a adicionar 13 novas fábricas de chips às 21 instalações existentes no país, bem como financiar três novos centros de I&D. Espera-se que os principais fabricantes de memória, como Samsung e SK hynix, estejam entre os principais beneficiários. Esperamos que o comportamento belicoso de Kim Jong Un seja principalmente para o público interno, como se suspeita, deixando o industrioso Sul prosperar como tem feito durante décadas.