“Eles lutam para criar “serendipidade”, coincidências felizes. Isso acontece através da socialização”, traduz a autora e especialista em gestão comunitária, Rachelle Houde Simard.
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ACORDAR DE MANHÃ. euAs organizações já têm todas as cartas nas mãos para prosperar num mundo de trabalho híbrido, confirma Rachelle Houde Simard, que tem quase trinta anos de experiência em comunicações de marketing na Web.
A chave é criar uma comunidade e um ambiente onde os seus membros – ou funcionários – possam nutrir os laços que os unem. Ou seja, resume ela para os leitores que leem seu livro “Sociável, construindo uma cultura corporativa forte em um mundo híbrido”, publicado em setembro de 2023, os líderes devem se inspirar na abordagem dos gestores comunitários nas redes sociais.
“Já em 2018 comecei a fazer o paralelo. Muitas vezes, quando acompanhei líderes que tinham acabado de contratar funcionários nômades e que não tinham oportunidades de socialização, lembrei-lhes que, se conseguíssemos fazer isso na Web, há uma maneira de fazer isso nos negócios. diz o especialista em gestão comunitária do site. linha.
Independentemente da natureza da comunidade pela qual são responsáveis, esses gestores devem garantir que a cultura, esse vínculo entre os membros, seja de fato ali transmitida. Escusado será dizer que o teletrabalho e a modalidade híbrida não facilitaram a tarefa das equipas de gestão corporativa, admite a autora no seu livro, que não estavam habituadas a fazê-lo virtualmente antes de março de 2020.
Convida-os a seguir a fórmula que desenvolveu ao longo dos anos para a gestão de comunidades virtuais, nomeadamente encontrar um equilíbrio entre “as quatro dimensões culturais sociáveis”.
Assim, os líderes devem compreender as “relações entre os membros da comunidade, as experiências que têm juntos, as histórias partilhadas entre os membros que transmitem valores, morais e interesses comuns, e os espaços em que os membros interagem”.
Onde as coisas muitas vezes ficam presas nesta matriz é na compreensão do papel dos espaços, observa ela. “Não fomos treinados para pensar no digital como um espaço. Temos que mudar nossa perspectiva, nos perguntar como posso adaptar esse ambiente para que relacionamentos, experiências e histórias sejam compartilhadas.”
O livro serve de trampolim para iniciar esta reflexão, indica Rachelle Houde Simard, a fim de compreender melhor a própria cultura, como ela é vivenciada pelos colaboradores e como transmiti-la, independentemente de onde estejam.
Sinergia virtual
Aos empregadores que desejam trazer os membros da sua equipa de volta ao escritório, porque sentem falta da sinergia do presencial, ela responde que é perfeitamente possível encontrá-los remotamente.
“Eles lutam para criar “serendipidade”, coincidências felizes. Isso acontece por meio da socialização, de momentos fora da colaboração e de consultas prescritas”, traduz o especialista.
Ela cita, por exemplo, esses funcionários que se reúnem virtualmente para trabalhar, câmera ligada e microfone fechado. “Nossos neurônios-espelho são ativados e isso nos permite concentrar”, relata ela. É um “anti-reunião”, que permite ter pequenos momentos no início e no final para discutir na máquina de café e criar essas sinergias.”
O verdadeiro desafio, observa o especialista – e é o mesmo para todas as comunidades virtuais – é que ainda lutamos para ser “sociáveis” virtualmente. O problema é que esta aprendizagem raramente está entre as prioridades dos líderes.
Liderança sociável
Para que uma organização se destaque e crie um sentimento de pertencimento entre seus colaboradores, mesmo na modalidade híbrida, nem é preciso dizer que o estilo de gestão adotado vale seu peso em ouro, lembra Rachel Houde Simard.
É por isso que ela incentiva os líderes a aplicarem a “liderança sociável”, uma abordagem baseada na compaixão, bondade e hospitalidade, qualidades que os gestores comunitários devem demonstrar.
Isto envolve nomeadamente “adotar uma posição de doador e não de receptor”, de ser humilde, mas também de cuidar dos colegas, explica ela no seu livro.
Assim, para além das ferramentas utilizadas para permitir que os colaboradores colaborem remotamente, a chave será garantir que os comportamentos incentivados e os valores partilhados “permitem que todos os membros de um grupo se sintam incluídos e valorizados”, escreve Rachelle Houde Simard.