Foto: Javier Trueba para Unsplash.com
A correção é provavelmente uma das tarefas mais tediosas para os professores, mas uma ferramenta de inteligência artificial (IA) foi criada em Montreal para aliviar esse fardo.
Desenvolvida pela Moov IA e pela Nexapp a pedido do Collège Sainte-Anne, esta tecnologia foi testada durante várias semanas por professores desta organização sem fins lucrativos que gere cinco instituições de ensino privadas, do ensino primário ao superior, na zona oeste da ilha. de Montréal.
“É o resultado de mais de 2.000 horas de intensa pesquisa e desenvolvimento”, explica Ugo Cavenaghi, CEO do Collège Sainte-Anne, em entrevista. Essa ferramenta vai transformar o ensino e a instrução do francês, pois além de reduzir o tempo de correção dos professores, promove o aprendizado.
Segundo ele, a prática continua a ser a melhor forma de aprender a escrever bem em francês, matéria que continua problemática para muitos jovens. Contudo, os longos tempos de correção por cópia limitam enormemente a capacidade dos professores de impor exercícios de escrita.
“Cada vez que um professor sai com 35 exemplares, leva três semanas para que eles revisem tudo”, menciona Ugo Cavenaghi. Com quatro produções escritas por ano, são aproximadamente 130 horas de trabalho. Com a nossa IA, acreditamos que podemos reduzir o tempo de correção em 75% e, assim, aumentar o número de textos escritos pelos alunos.”
Uma piscadela para um professor
Financiada pela Fondation du Collège Sainte-Anne, esta IA foi nomeada Emilia, em homenagem a Émilie Bordeleau, a professora do início do século XX cuja vida inspirou a série de romances de Arlette Cousture, “Les Daughters of Caleb.
A vantagem desta ferramenta é que a correção é realizada de acordo com a grade de correção do professor. Ele pode decidir não penalizar um jovem por conceitos que ainda não foram aprendidos. Ele tem a palavra final sobre a pontuação dada pela IA e pode corrigi-la. “Além da eficácia, o Emilia oferece um feedback muito mais rápido ao aluno do que a correção apenas do professor”, destaca Ugo Cavenaghi.
Professores e alunos podem assim obter uma rápida visão geral do que é mais ou menos dominado na escrita, como ortografia, sintaxe ou pontuação. Poderíamos então adaptar a aprendizagem de acordo com as fragilidades a serem abordadas para cada jovem.
O chefe do Collège Sainte-Anne apresentou sua inovação aos centros de serviços escolares e está programado para se encontrar com o Ministro da Educação de Quebec em duas semanas.
“Essa tecnologia melhora as condições de trabalho dos professores”, afirma. Para o ministério que contrata marcadores para exames de final de ano, isso reduziria os recursos necessários e teria um sistema de correção mais eficiente. Além disso, com os dados, teríamos instantaneamente diagnósticos das fragilidades dos alunos para adaptar o ensino.”
O Collège Sainte-Anne está em busca de fundos ou ajuda pro bono de empresas de IA ou TI para refinar sua solução.
“Precisamos de ajuda para que o software possa ser utilizado em larga escala”, afirma Ugo Cavenaghi.
A instituição de ensino não sabe neste momento como pretende distribuir ou comercializar Emília quando tudo estiver pronto.