A indústria chinesa de processamento de IA, que já foi promissora, está passando por tempos difíceis. Biren Technology e Cambricon, dois grandes nomes do setor, estão enfrentando dificuldades. Recentemente, Xu Lingjie, executivo-chefe e cofundador da Biren, renunciou, levantando preocupações sobre o futuro da empresa. Enquanto isso, a Cambricon está enfrentando dificuldades financeiras e precisou demitir funcionários, conforme relato do DigiTimes.
Xu Lingjie, cofundador da Biren, possui uma sólida experiência em grandes empresas de tecnologia como Nvidia, AMD e o Instituto de Pesquisa Norte-Americano da Samsung Electronics. Suas habilidades no desenvolvimento de GPU foram fundamentais para a primeira geração de chips da Biren, e resta saber se a empresa conseguirá desenvolver outra geração de seus processadores de IA.
Além disso, estar na lista negra do governo dos EUA significa que a Biren não tem acesso às tecnologias de processo avançadas da TSMC. Em vez disso, precisa contar com fundições chinesas que estão atrás das da TSMC, o que torna os produtos da Biren menos competitivos e, em muitos casos, irrelevantes. Embora a Biren tenha recebido recentemente uma injeção de dinheiro de 280 milhões de dólares dos investidores apoiados pelo governo de Guangzhou, parece que mesmo os seus co-fundadores não acreditam que a empresa será um sucesso.
A Biren está entre os desenvolvedores chineses mais competitivos em inteligência artificial e GPUs de computação. O BR104 básico da empresa, com 32 GB de memória HBM2E, oferece um desempenho de até 128 FP32 TFLOPS ou 1 INT8 PetaFLOPS. Enquanto o BR100 topo de linha, com memória HBM2E de 64 GB, oferece até 256 TFLOPS FP32 ou 2 PetaFLOPS INT8, o que é suficiente para competir com o A100 e H100 da Nvidia.
A Cambricon está enfrentando prejuízos há sete anos consecutivos, e seu valor de mercado caiu quase pela metade após abrir o capital. Seus problemas pioraram quando a Huawei, um grande cliente, começou a projetar seus próprios processadores de IA, eliminando a Cambricon. Com questões internas, como demissões, fica claro que a Cambricon está lutando para se manter no competitivo mercado de chips de AI.
A situação da Biren e da Cambricon reflete os desafios mais amplos da indústria de chips de IA da China. O sucesso inicial e a inovação são uma coisa, mas manter o crescimento e permanecer competitivo é outra. Biren e Cambricon não são os únicos desenvolvedores de GPU de IA na China, mas suas lutas refletem as lutas de todo o hardware de IA chinês em geral. Resta saber se essas empresas (e outros criadores de hardware de IA da China) conseguirão adaptar-se, manter-se financeiramente sólidas e acompanhar as tendências de mercado em rápida mudança.