O custo total da implementação do projeto de Sam Altman poderá atingir cerca de 7 biliões de dólares, segundo o jornal. (Foto: Getty Images)
O chefe da OpenAI, Sam Altman, quer arrecadar trilhões de dólares americanos para renovar a indústria global de semicondutores, de acordo com o Wall Street Journal (WSJ), à medida que sua empresa de inteligência artificial (IA) está se estabelecendo cada vez mais como a nova estrela do Vale do Silício.
O jovem chefe conversou com potenciais investidores, incluindo o governo dos Emirados, informou o diário americano na quinta-feira.
A OpenAI participou de “discussões produtivas em torno do desenvolvimento de infraestrutura global e cadeias de fornecimento de chips, energia e centros de dados”, de acordo com um porta-voz da empresa entrevistado pelo WSJ, acrescentando que a OpenAI “continuará a manter o governo dos EUA informado”.
O custo total da implementação do projeto de Sam Altman poderá atingir cerca de 7 biliões de dólares, segundo o jornal.
O executivo procuraria resolver alguns dos maiores desafios enfrentados pelo crescente setor da inteligência artificial, incluindo a elevada procura pela última geração de chips de computador.
Esses componentes caros são necessários para executar modelos de linguagem como ChatGPT, a interface de inteligência artificial generativa de sucesso lançada no final de 2022 pela OpenAI.
A empresa californiana, que recebeu cerca de 13 bilhões de dólares (G$US) da Microsoft nos últimos anos, consolidou-se em 2023 como uma estrela do Vale do Silício graças a esta tecnologia, que permite a produção de todo tipo de conteúdo (textos, imagens, sons) mediante simples solicitação em linguagem cotidiana.
Todos os gigantes da tecnologia estão envolvidos numa corrida para implementar ferramentas generativas de IA para organizações e indivíduos.
De acordo com o Financial Times, as receitas anuais da OpenAI ultrapassaram os 2 mil milhões de dólares em dezembro de 2023 (com base nos últimos resultados mensais).
A start-up sediada em São Francisco espera duplicar este volume de negócios até 2025, de acordo com um artigo do diário britânico publicado quinta-feira. A OpenAI colocar-se-ia assim no mesmo nível de outras estrelas da região – Google e Meta – em termos de crescimento durante os primeiros anos.
Pontos essenciais
Perante a necessidade de chips sofisticados, muitos países revelaram planos para apoiar a produção de semicondutores no seu território, mas os montantes mencionados parecem escassos em comparação com as somas colossais que Sam Altman está a discutir com os investidores, segundo o WSJ.
O jornal noticia que o chefe se reuniu com altos representantes do governo dos Emirados Árabes Unidos, bem como com o diretor geral do grupo japonês SoftBank, Masayoshi Son, e com representantes da gigante taiwanesa Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC).
Altman levantou a ideia de construir dezenas de fábricas de chips nos próximos anos com dinheiro de investidores do Oriente Médio e pagar à TSMC para construí-las e operá-las, segundo o meio de comunicação norte-americano.
A indústria global de chips é atualmente dominada por apenas algumas empresas, incluindo a TSMC e a americana Nvidia.
Nas últimas semanas, a Bloomberg e o Financial Times também relataram reuniões lideradas pela estrela do Vale do Silício.
A OpenAI não respondeu imediatamente a um pedido da AFP.