Elon Musk, cofundador da Neuralink (Foto: The Canadian Press)
Elon Musk anunciou que o primeiro paciente a receber um implante cerebral da Neuralink, uma start-up que ele cofundou, agora era capaz de controlar um mouse de computador com o pensamento.
“O progresso é bom, o paciente parece ter se recuperado totalmente, sem efeitos colaterais que tenhamos conhecimento. E ele é capaz de controlar o mouse, movê-lo na tela apenas com o pensamento”, disse o multibilionário na noite de segunda-feira durante uma conversa em uma sala de áudio (Spaces) do X, antigo Twitter.
O chefe da Tesla e da SpaceX e proprietário da X anunciou no final de janeiro que a Neuralink colocou o seu primeiro implante cerebral num paciente, como parte dos seus primeiros ensaios clínicos.
Vários outros laboratórios e empresas já conseguiram realizar operações semelhantes, permitindo aos pacientes realizar tarefas informáticas através do pensamento e até recuperar o controlo de alguns dos seus membros.
“Estamos tentando pressionar o máximo possível de botões através do pensamento”, continuou Musk. “Portanto, estamos atualmente trabalhando na capacidade de clicar com o mouse para a esquerda e para a direita, movê-lo para baixo e para cima, o que é necessário se você quiser clicar em algo e arrastá-lo para outro lugar. »
Localizada em Fremont (Califórnia), na Baía de São Francisco, a Neuralink obteve luz verde em maio da Agência Reguladora Americana de Medicamentos e Dispositivos Médicos, a FDA.
Seu implante, do tamanho de uma moeda, já foi colocado no cérebro de um macaco, que conseguiu jogar o videogame “Pong” sem controle ou teclado.
Fundada em 2016, a Neuralink está longe de ser a única organização que desenvolve uma interface cérebro-máquina (BMI).
Pesquisadores do instituto Grenoble Clinatec, por exemplo, apresentaram em 2019 um implante que permite a uma pessoa tetraplégica animar um exoesqueleto e movimentar os braços ou se movimentar.
A Neuralink levantou recentemente cerca de US$ 323 milhões de investidores em duas parcelas, em agosto e novembro.
A start-up afirma que também quer fazer com que pacientes paralíticos voltem a andar, mas também devolver a visão aos cegos e até curar doenças psiquiátricas, como a depressão.
Elon Musk pretende também oferecer o seu implante a todos, de forma a permitir uma melhor comunicação com os computadores e a conter, segundo ele, o “risco para a nossa civilização” que a inteligência artificial representa.